Ponto fundamental na história de Canela, a Estação Campos de Canella agora assume novo protagonismo no resgate e preservação da memória da Serra Gaúcha. A antiga estação férrea revitalizada e transformada em um centro turístico, cultural, comercial e gastronômico recebe dois grandes nomes da fotografia gaúcha.
Desde a última semana, um tapume do Largo Benito Urbani se transformou em uma galeria de fotos antigas reunindo imagens que retratam o cotidiano e algumas cenas de casamento de famílias da colônia, do interior de Caxias do Sul, entre o final do século XIX e início do século XX. Os registros são oriundos do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami que preserva o acervo documental de origem pública, recolhido de órgãos da administração municipal, e de origem privada, de instituições e famílias recebidos por meio de doações ou aquisição.
Quem responde pela curadoria é o fotógrafo Fernando Bueno, profissional com mais de 45 anos de experiência, e que está à frente do Canela Instituto de Fotografia e Artes Visuais. O painel fica ao lado da cervejaria La Meuse, no Largo Benito Urbani.
“O mais legal é que os trajes são parecidos com os que os passageiros usavam na época em que a Estação foi inaugurada. É um resgate da memória, as fotos são incríveis e ficaram muito bacanas nas paredes da Estação”, comenta Fernando.
“Essa é mais uma ação para reforçar o papel histórico e o legado da estação para a cultura e a comunidade de Canela”, destaca o gerente do complexo Tiago Melo.
Já na Rua Coberta de Canela é outro profissional reconhecido que ganha espaço. O fotógrafo Ricardo Chaves, o Kadão, apelido pelo qual amigos e colegas o reconhecem. Algumas imagens que fizeram parte da exposição A Força do Tempo, que aconteceu em 2014 em homenagem aos 35 anos de profissão que completava à época, também estão à mostra para o público visitar. O apanhado de imagens é um pouco do que Kadão fotografou ao longo da carreira: líderes mundiais, momentos políticos marcantes, eventos esportivos, personalidades e pessoas comuns, e o cotidiano dos locais onde trabalhou e morou.
“Essas fotos são uma retrospectiva do meu trabalho de repórter fotográfico ao longo de mais de 40 anos de carreira. Viajei muito, circulei muito e trabalhei nas redações mais relevantes do país. Ali tem um pouco de tudo, uma visão retrospectiva de como foi ser repórter fotográfico”, comenta Kadão que hoje é editor da coluna Almanaque Gaúcho do jornal Zero Hora.
As fotos ficam expostas por tempo indeterminado e podem ser vistas de forma gratuita, uma maneira de levar cultura e história para a comunidade canelense.