Na manhã desta quarta-feira (06/05), a Brigada Militar, através do 1º Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (1º BPAT), realizou uma operação que culminou na prisão do responsável pelo trabalho análogo ao escravo, ainda libertou 15 pessoas, que estavam em condições subumanas, em uma fazenda, na localidade de Lajeado Grande, em São Francisco de Paula.
No último sábado (02/04) a Brigada Militar recebeu denúncia, através do telefone de emergência 190, referente a trabalho escravo, que estaria sendo praticado em uma fazenda na cidade de São Francisco de Paula, localidade de Lajeado Grande.
Segundo o próprio denunciante, ele estaria juntamente com mais treze pessoas, trabalhando no cultivo de alho, submetido a trabalho análogo à escravidão, sem condições mínimas de alojamento, ainda com falta de comida, expostos ao frio e obrigados ao trabalho para pagamento do custeio das passagens. Referiu ainda que a maioria dos trabalhadores são indígenas vindos do Estado do Paraná e da cidade de Erechim. Ainda entre os trabalhadores, estaria uma mulher que atuava como cozinheira e seu filho de dois anos.
A Brigada Militar montou uma ação para localizar a fazenda e constatar tais crimes. Ainda comunicou os demais órgãos, providenciou a fiscalização e preparou a ação que culminou com a prisão do autor.
Durante a operação, que contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho de Caxias do Sul e Secretaria de Assistência Social do município de São Francisco de Paula, as guarnições da Brigada Militar deslocaram até ao local onde foi constatado o fato e tomada as medidas.
No local foram encontradas 15 pessoas, sendo 12 homens (dentre estes dois menores) e duas mulheres, além de uma criança. Conforme uma das vítimas, eles trabalhavam na plantação de alho, no corte e armazenamento. O autor teria pago a passagem para eles virem do Paraná. Eles desembarcaram em Caxias do Sul e deslocaram de táxi até a fazenda. O valor do transporte era para ser pago pelo “empregador”, mas ao chegar ao local já foram informados que estavam em dívida pela passagem. Ainda estavam pagando até pela alimentação, a qual não era suficiente para todos. Os trabalhadores recebiam R$5,00 por caixa de alho.
Os Policiais Militares também constataram que o alojamento, assim como toda a estrutura era precária. O autor de 47 anos, confirmou ser o responsável pelo local, que arrendou as terras e contratou as pessoas. Ele foi preso em flagrante e encaminhado a Polícia Federal em Caxias do Sul.
O Ministério Público do Trabalho adotou as providencias no sentido de calcular os valores das indenizações e o retorno das vítimas para suas cidades, responsabilizando o autor.