Inter surpreendeu batendo Palmeiras e Grêmio mais uma vez desanimador em campo; Flamengo e Bahia realizaram um jogo espetacular manchado por falhas da arbitragem e acusação de racismo.
Grêmio aos tropeços
Na noite de sábado (19), o Grêmio enfrentou o Sport em Recife após a amarga eliminação para o Santos na Libertadores. Saiu com um empate decepcionante, mais uma vez salvo de uma derrota após a marcação de um pênalti.
Foi assustador para o torcedor ver mais uma atuação fraquíssima do time. Enfrentando um time muito mais fraco, ficava jogando a bola na área adversária com cruzamentos errados e, quando perdia a posse, deixava o meio completamente vazio, permitindo que Sport chegasse com uma frequência desnecessária e perigosa ao seu gol. O Grêmio vem cada vez mais apresentando dificuldades na criação de jogadas, além de deixar seu setor defensivo exposto com frequência. Sábado, finalizou apenas 1 vez ao gol (Sport finalizou 2) e acabou com um de seus defensores expulso.
A verdade é que o tricolor havia “decolado”, como prometeu Renato Gaúcho, após um fraco começo de temporada. Foram dezoito jogos sem perder, frutos de um time consistente e vivo em todas as competições, pelo menos até o dia 09 de dezembro, quando enfrentou o Santos pelo jogo de ida na Libertadores, ocasião em que sair com o empate foi um lucro imenso. Nos últimos 4 jogos, são três empates e uma derrota, resultados péssimos em jogos importantes ou contra adversários fracos. A pressão cai novamente sobre Renato, que está nas vésperas de enfrentar o São Paulo pelas semifinais da Copa do Brasil.
Inter surpreende
Se o Grêmio vinha de momento bom e agora está mal, o Inter faz o caminho contrário. A saída de Coudet impactou diretamente nos resultados do colorado, que agora com Abel parece apresentar uma evolução nos últimos jogos. Já são três vitórias seguidas, apesar da eliminação para o Boca. Claro, a troca de treinadores foi absurda e pode ter custado a briga direta pelo título do Brasileirão, mas pelo menos o torcedor colorado pode se tranquilizar após o resultado de sábado.
Inter e Palmeiras duelaram pela 4° posição na tabela. O time paulista vinha embalado após uma sequência de resultados bons e era o grande favorito no confronto, mas não esperava encontrar um Internacional tão consistente. O colorado abriu mão da posse de bola para jogar mais defensivamente, mas nem por isso deixou de produzir: com 20% menos posse de bola, finalizou quase a mesma quantidade de vezes que seu adversário e acertou muito mais vezes o gol. Quem assistiu o jogo, porém, sabe que não foi tão tranquilo como os números apresentam, afinal, o ritmo foi frenético e o Palmeiras colecionou chances desperdiçadas.
Duas viradas, arbitragem horrorosa e racismo: Flamengo x Bahia
Nesse domingo, dia 20/12, o futebol brasileiro presenciou uma das melhores partidas do ano com um desfecho triste: uma acusação de racismo. O clima da partida se tornou insustentável a partir da condução infeliz e precária por parte da arbitragem.
O jogo começou a mil, com Bruno Henrique marcando um golaço aos 4 minutos. Aos 10 minutos, a arbitragem já mudaria o rumo da partida com uma decisão ridícula: Gabigol expulso por um xingamento trivial, longe do árbitro, a respeito de uma dividida com o jogador do Bahia. Quanto mais o tempo passava, mais bizarrices surgiam por parte do árbitro Flavio Rodrigues de Souza, que amarelou um jogador do tricolor apenas por ter chutado a bola após a marcação de uma falta, além de expulsar outro apenas por uma reclamação sem ofensas.
Infelizmente, a pauta da partida foi outra, muito mais grave e infeliz. Durante uma confusão com o jogador Índio Ramírez, Gerson (volante do Flamengo) alegou ter sido vítima de racismo por parte do jogador do Bahia. Após um desentendimento, o colombiano teria dito “Cala a boca, negro!”, fazendo com que Gerson se revoltasse, ainda mais após o técnico Mano Menezes minimizar a situação e a arbitragem deixar o evento passar batido.
Um absurdo, uma tragédia. Um jogador é expulso por falar “Vai tomar no **” longe do árbitro (que apesar de ser um desrespeito, acontece com uma frequência enorme e não é critério para expulsão) enquanto com o autor de injúria racial nada aconteceu na partida. É verdade, claro, que o árbitro não escutou e logo não poderia tomar medidas drásticas. Mas é uma acusação seríssima que exigia pelo menos uma conversa com o acusado e uma repreensão forte ao técnico Mano Menezes que, independentemente da veracidade da acusação, diminuiu sua gravidade.
Quanto ao Gerson, só cabem elogios. Não perdeu a cabeça em nenhum momento e respondeu dentro de campo. Foi o melhor jogador da partida, sendo uma peça fundamental para a virada do time rubro-negro.