Na última sexta (7), o Prefeito Marcos Aguzzolli e o Vice-prefeito Thiago Teixeira assinaram os 9 contratos com o beneficiários do programa “Um milhão de Araucárias”, que devem plantar 6083 mudas neste primeiro ano de programa. A iniciativa paga um valor anual por muda de araucária plantada, sendo essa uma espécie em perigo crítico de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). De acordo com a Secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade Michele Knob Koch, o investimento inicial chega a 50 mil reais em 2023. “Nossa expectativa é que essas mais de 6 mil mudas sejam plantadas ainda em agosto”, destaca.
A araucária
Na região dos Campos de Cima da Serra a araucária é responsável pelo contorno mais característico no horizonte. A paisagem típica, conversa com os bosques desta árvore que é considerada uma das mais antigas espécies vegetais existentes na Terra, datando 200 milhões de anos. O pinhão, semente da araucária, também possui uma grande relevância cultural como insumo gastronômico em toda a região. Por isso, botar em prática um projeto para preservar e ampliar a área coberta com araucárias é tão importante para a preservação deste banco genético vegetal e para a proteção da cultura local que permeia a espécie.
Subsídio
Parte importante da iniciativa é o subsídio anual regulamentado através de lei, que pagará durante 10 anos, por unidade da espécie plantada. Os produtores também receberão auxilio na certificação de agroflorestas e de florestas plantadas que viabilizará a exploração econômica de parte dessas árvores, com a colheita do pinhão e inclusive uso da madeira, reintegrando a espécie em um ciclo econômico e ainda assim sustentável.
O Lei 3764/2022 foi aprovada na Câmara de Vereadores em 2022, regulamentada através do decreto 2375/2023, regulamenta o pagamento anual de 7 reais e 40 centavos por muda de araucária plantada (de acordo com o VRM 2023). Os munícipes também receberão auxílio na certificação que viabilizará a exploração econômica de parte dessas árvores, com a colheita do pinhão e inclusive uso da madeira, reintegrando a espécie em um ciclo econômico e ainda assim sustentável.
É o conceito “conservar pelo uso” que é defendido pelo pesquisador Ivar Wendling, da Embrapa Florestas. “Mesmo com árvores sendo cortadas para usar a madeira, por exemplo, o interesse pela espécie pode crescer tanto que, em pouco tempo, a espécie provavelmente não vai mais estar ameaçada de extinção”, acredita Wendling.