Na última segunda-feira, dia 20, foi sancionada a lei 13.990 de 2020, que concede o título de Capital Nacional do Chocolate Artesanal para Gramado. O segmento chocolateiro é um dos mais fortes do município: para se ter ideia, a Páscoa é uma das épocas em que a produção e venda mais cresce. Neste ano de 2020 foram cerca de 1,2 mil toneladas de chocolate fabricados para a festividade.
Para o secretário de Turismo, Rafael Carniel de Almeida, o título reforça dois aspectos de Gramado: o primeiro seria o empreendedorismo da comunidade, que insere qualidade em suas ideias e produtos; o segundo é o poder transformador que o município permite. “Ao longo das décadas, Gramado tem proporcionado encontros, histórias e experiências que mudam vidas, carreiras e negócios. Difícil dissociar a história do chocolate de Gramado da história dos empreendedores do segmento, em especial a do seu visionário pioneiro, Jaime Prawer”, comenta.
Importância do segmento
Conforme a Associação dos Chocolateiros de Gramado (Achoco), atualmente 29 fábricas trabalham no ramo, empregando mais de 2 mil pessoas, tanto na parte de produção, quanto nas vendas em lojas.
A Secretaria de Turismo trabalha em parceria com a Associação dos Chocolateiros de Gramado (Achoco) para obtenção do selo de Indicação de Procedência do Chocolate de Gramado. O chocolate artesanal do município iniciou sua projeção nacional através do Festival de Cinema. Ao longo do tempo, Gramado construiu uma marca local associada a altos padrões de qualidade e bem-estar. “Onde o nome Gramado estiver, ali deve estar a qualidade que essa marca representa. Ou seja, o chocolate com selo de procedência de Gramado observa padrões mínimos de cacau em sua composição e não pode conter nenhum outro tipo de gordura vegetal que não seja oriunda do cacau, além de ser produzido na cidade. Esse processo encontra-se adiantado junto ao INPI”, relata o secretário.
Título deve potencializar turismo na cidade
O prefeito de Gramado, Fedoca Bertolucci, diz que neste segmento econômico o município é merecedor do título, em virtude da qualidade do chocolate ofertada e que isso atrairá ainda mais visitantes. “O título constitui, na realidade, um atrativo a mais, as pessoas vão vir para a Gramado e vão querer experimentar o famoso chocolate artesanal. E isso resultará em mais turistas circulando pelo município”, afirma.
Os visitantes, ao chegar na cidade, vão em busca da degustação das diferentes fábricas e já vêm com uma lista de “encomendas”, por parte de amigos e familiares. De certa forma, podemos dizer que o produto se tornou um souvenir, uma lembrança que todos querem levar para suas casas ao retornarem. “Essa indústria é inestimável: representa parte da nossa cultura, do nosso jeito de ser, de receber, parte da nossa marca enquanto cidade. Hoje, podemos dizer que é um fator de atração turística e um jeito gostoso de matar um pouco da saudade de Gramado, quando se está longe dela”, relata Rafael Carniel de Almeida.
Para o secretário de Turismo, o chocolate deve-se fazer cada vez mais presente no município. “A indústria chocolateira pode colaborar ainda mais para a diversificação da nossa matriz econômica, levando a experiência de Gramado muito além dos nossos mercados atuais. E, confiando no potencial inovador do empresário gramadense, arriscaria dizer que o nosso chocolate, comercializado de forma digital ou presencial, poderia se tornar, em breve, um convite irrecusável a conhecer a cidade pessoalmente. O chocolate traz turistas, que levam o chocolate, e assim por diante. Com uma marca forte como a de Gramado e um pensamento disruptivo e voltado à experiência do cliente e do turista, podemos ir muito mais longe”, afirma.