Aprovado no edital FAC Expressões Culturais 2022, o projeto cultural da aldeia Kaingang Kógunh Mág, de Canela, irá apresentar atividades diversas deste povo indígena habitante da região das Hortênsias e dos Campos de Cima da Serra, trazendo consciência e conhecimento sobre sua riqueza cultural.
PROJETO
O projeto consiste na execução de eventos nos próximos meses, com práticas culturais relacionadas às vivências do povo Kaingang, na cidade de Canela e região. Cada dia de evento terá, de 3 a 4 atividades, em diferentes locais, direcionadas a públicos distintos. Nestes encontros serão oferecidas oficinas de artesanato, workshop sobre plantas medicinais, típicas da Floresta Nacional de Canela; exposição de cestaria artesanal e apresentações de dança e de atividades esportivas; demonstração e fala sobre o manejo sustentável dos cipós e taquaras utilizados no artesanato; bate-papos e rodas de conversa com alunos da rede municipal e com artistas e produtores culturais sobre a arte e vivências indígena; além de exibições do documentário “Konhun Mág – o caminho de volta à Floresta de Canela”, que foi realizado através do Edital Criação e Formação e Diversidade nas Culturas, com recursos da Lei Aldir Blanc n° 14.017/20.
AÇÕES
As ações serão realizadas pelos próprios indígenas Kaingang, coordenados pelo Cacique Maurício Salvador, na RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Bosque de Canela, na Feira Ecológica e na Floresta Nacional de Canela (local onde habitam), também no Lago Negro e Museu Major Nicoletti (Gramado), e em escolas e universidades destas cidades e de São Francisco de Paula.
O projeto é uma iniciativa dos próprios Kaingang, que enxergam uma nova oportunidade em relatar sua história para fortalecer seu povo. Compartilharem suas vivências, enquanto habitantes deste território há centenas de anos, é vital para a manutenção, não só de sua cultura, como de suas vidas. Além de preservarem e promoverem as expressões culturais e as tradições indígenas Kaingang do sul do Brasil, estas ações possibilitarão à comunidade da região e povo indígena, uma relação mais humanizada, além de aprimorar o olhar sobre as formas de como este povo se relaciona com a natureza e suas compreensões de existência. “Esta experiência vai auxiliar em um processo contínuo de romper com preconceitos e julgamentos, que estão enraizados no senso comum, e que foram provocados pelo processo de colonização ocorrido nestas terras da serra gaúcha”, afirma o Cacique Maurício.