Pois bem, meus amigos, mais um domingo que chega sem futebol em razão desta pandemia. Hoje vou recordar um pouco dos bons tempos do Futsal canelense. Comecei minha jornada no meio esportivo em meados dos anos 90 e peguei o fim de uma época de grandes clássicos no Ginásio Maristão. Os clubes em destaque eram Santos, Forrageira, Deport, Guarani, Amigos do Bar, Vila Maggi, entre outros. Nesta época de ouro, Canela chegou a disputar o Estadual de Futsal com a Associação Canelense, depois também teve o Boléia na Série Bronze, mas está é uma história para outra coluna.
Em noites de rodadas, as arquibancadas do Maristão ficavam lotadas e cada torcida dos times tinha seu local no ginásio. Eram tempos em que não se pagavam jogadores para defender as cores de um clube. Foi uma época de grandes nomes como os goleiros Tolão e Altair, seguidos por Hélio, Juruna, Pubi, Bidu, os irmãos Fióti e Téti, Cadão e Zóio, Tisso, Guinho, Claudinho, Vila, Meia, Balu, Darlei, Duti, Zéquinha, entre muitos outros.
Grandes jogos eram realizados no Maristão. O Citadino de Futsal de Canela era considerado o melhor da região. No entanto a magia foi se acabando, times tradicionais foram desistindo de disputar o certame por várias razões e os grandes clássicos deixaram de acontecer. Mas, não foi este o fim do Futsal canelense, uma nova fase surgiu.
Com o fim dos tradicionais clubes, os atletas ficaram meio que “órfãos” e teve inicio a fase de contratações. Novos clubes surgiram e aqueles com mais condições financeiras conseguiam contratar os melhores atletas. Abriram-se também as portas para atletas de fora, aliás esta sempre foi uma questão polêmica. Alguns acreditavam que o Citadino deveria ter apenas atletas de Canela, ou no máximo de Gramado. Já outros entendiam que a vinda de jogadores de fora qualificava a competição.
Entre os times da nova era, muitos surgiram e não permaneceram por muito tempo. Entre os duradouros temos o Colombo, Garfo & Bombacha, Bola 8, todos estes com vários títulos. Nesta nova era também tivemos o surgimento de excelentes atletas como Tolãozinho, Negão, Espuleta, Lucas Farofa, entre dezenas de outros atletas.
Hoje o Citadino já não atrai tanto o público, com exceção das finais. Já não temos mais grandes clássicos e a competição de Canela também deixou de ser a melhor da região. Alguns atletas as vezes deixam de atuar em rodadas menos importantes aqui para jogar em outra cidade. O fato de Canela também não ter um ginásio próprio é um dos grandes problemas que dificulta o trabalho da organização. Esta é uma questão que sempre debati, mas nunca foi prioridade de nenhuma administração. Mas, quem sabe um dia o sonho se torne realidade e possamos reviver estes grandes duelos com os filhos e netos destes grandes atletas do passado.