Em mais um domingo sem futebol só me resta recordar algumas situações do meio esportivo em que atuei fazendo alguma cobertura jornalística. Este é mais um fato envolvendo o Esporte Clube Serrano, com a participação de um ilustre serranista. Então vamos aos fatos.
Na época o diretor de futebol do Serrano era o Gilmar Gross, o qual também era Consul do Inter em Canela. Por conta disso, acertou que o Serrano fosse fazer a preliminar de um jogo do Gauchão no Beira-Rio, duelo entre Inter e Juventude. O Serrano enfrentaria a equipe de base Colorada.
É claro que eu não perderia a oportunidade de pisar novamente no gramado do Beira-Rio (sim já joguei lá de uma forma inusitada, mas deixo essa história para outra oportunidade). Desta vez, acompanhei a delegação serranista. Enquanto os jogadores estavam se preparando no vestiário, peguei a minha câmera e comecei a caminhar pelo túnel de acesso ao gramado.
No caminho passei pelo serranista e colorado Larri Rottmann, difícil quem não o conheça. Ele nasceu sem as pernas, mas a deficiência nunca o impediu nem mesmo de jogar futebol (usava as mãos para isso, mas desta vez estava lá apenas como torcedor é claro). Pois então, passei por ele e logo percebi um segurança na entrada do gramado, olhando de forma muito assustada ao ver o Larri se arrastando pelo túnel. O segurança então pegou o rádio para falar com seu superior. Disse ele: Fulano, o que eu faço? Tem um homem sem pernas aqui querendo entrar no gramado.
Não consegui escutar a resposta, mas segui dando risada pelo espanto do segurança e adentrei no gramado. Logo depois surgiu o Larri, que com certeza foi liberado pelo segurança. Já o Serrano acabou perdendo o jogo e após, todos assistimos nas arquibancadas o Inter conquistar a vitória sobre o Juventude. Esta foi mais uma história que a profissão me proporcionou.