Nesse Domingo, dia 25/10, Internacional e Flamengo se enfrentaram para decidir quem iria tomar vantagem na liderança, mas ambos empataram em um jogo envolvente e de muita qualidade.
Propostas
Domenèc e Coudet. Dois técnicos estrangeiros, os dois técnicos que dividem a liderança do Campeonato Brasileiro. Duas mentes brilhantes, que conduziram um espetáculo tático e deram uma aula de respeito na beira do campo. Para uma boa análise tática, devemos entender a proposta de cada um para o jogo.
Coudet adora iniciar o jogo com a pressão em cima. A marcação na saída de bola do Flamengo foi mais acentuada até do que o normal, o que não foi apenas uma tentativa de inibir o Flamengo de jogar, mas sim, algo estudado pelo técnico argentino. Sofrer com pressão no início das etapas é algo característico do time carioca quando não possuí Rodrigo Caio na zaga. À exemplo de jogos como Bragantino, Goiás e Vasco, o time não soube se organizar defensivamente nos inícios, tomando gols de todas as maneiras. Dentro dessa proposta, Coudet transformou Patrick em um touro, sedento para desarmar seus adversários e recuperar a bola. Assim saiu o primeiro gol, além de sua marcação ser essencial para Gustavo Henrique ficar sem opções e recuar mal no segundo.
Dome, por sua vez, tinha o desafio de ir para o jogo mais importante do campeonato com muitos desfalques de peso. Rodrigo Caio, Gabilgol, Pedro Rocha, Arrascaeta, Bruno Henrique, todos fora. Muitos estranharam e até criticaram a escalação de Gerson como “ponta esquerda”, mas era uma das poucas opções que o Flamengo possuía. A ideia do catalão era de envolver o Internacional taticamente, saindo com a bola, atraindo a marcação, obtendo espaço no meio e construir a jogada do gol. Exatamente dessa forma que saiu o gol de empate, por exemplo, mas o técnico rubro-negro não esperava os erros individuais do experiente Isla e de Gustavo Henrique.
O jogo
Existem duas coisas que condicionam o jogo: contexto e placar. Em uma partida sem favoritos, com ambos os times dividindo a liderança do campeonato, estava claro que os dois times iriam sair para o jogo. Assim, o Inter conseguiu sair na vantagem com apenas sete minutos de jogo, mas com o Flamengo buscando o empate três minutos depois. Já sabendo o caminho do gol, o Internacional marcou novamente e dessa vez soube se fechar. Apesar da menor posse no primeiro tempo, o time criou e finalizou muito mais que o Flamengo, o que provou uma reação para a segunda etapa.
Nos quarenta e cinco minutos finais, Dome mexeu no posicionamento de Gerson, centralizando o jogador e passando o Vitinho para a ponta, o que abriu muito mais o jogo. Contudo, todo o destaque sobrou para o Pedro. Que pivô maravilhoso, realizando dribles curtos com um capricho absurdo, retendo a bola no ataque e criando diversas chances de gols. Peça essencial para a pressão do Flamengo, que nessa etapa aumentou sua posse de bola, mas com um grande volume de finalizações dessa vez. O gol de empate iria acontecer mais cedo ou mais tarde, mas o que os críticos de Dome não esperavam era que Gerson retornaria para sua “tão errada” posição inicial e construísse um lance de gol a partir das instruções iniciais do técnico.
Jogão. O único erro dos técnicos foi que o Flamengo quase perdeu por erros individuais terríveis e o Inter, apesar de se fechar bem, tirou o pé do acelerador e deixou o adversário crescer no jogo. Uma pena cada time ter saído com um ponto cada pelo empate, pois a partida de cada um valeu mais que muitas vitórias de outros times por aí.
Confere mais em De Letra