Do distante 26 de novembro de 1978 até hoje, muito da história do país aconteceu nas dependências do icônico edifício modernista, que se renova para assumir o protagonismo do turismo nacional.
Ao completar 45 anos de história, o Laje de Pedra se renova para assumir, novamente, o protagonismo em hotelaria no país. Figurando entre os destinos mais desejados e eleito seguidas vezes o melhor do Brasil, foi, por décadas, ícone da efervescência cultural e ponto de encontro da elite. Agora, voltará a ocupar o costumeiro destaque na cena nacional, elevando o padrão de hospedagem e seu tom de vanguarda como o primeiro Kempinski da América do Sul. É o Kempinski Laje de Pedra, empreendimento que une a bandeira europeia sinônimo de elegância à determinação de três empresários brasileiros dispostos a recolocar Canela e os Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, no coração do mapa do turismo mundial.
Do distante 26 de novembro de 1978 até hoje, muito da história do país aconteceu nas dependências do famoso prédio em arcos debruçado aos pés do Vale do Quilombo, jogando luz sobre a pequena cidade serrana. De encontros sociais, políticos e diplomáticos a espetáculos, shows e lançamento de bandas e artistas. Durante 15 anos, o hotel sediou a sede da Festa Nacional do Disco, recebendo nomes como Roberto Carlos, Nara Leão, Milton Nascimento, Belchior, Alcione, Nana Caymmi, Gonzaguinha, Nelson Gonçalves e mais uma centena de grandes nomes da MPB.
Com o projeto de revitalização e ampliação anunciado em 2021, e com obras em pleno vapor, o ambicioso retrofit, que mantém as características modernas do prédio esboçado pelo arquiteto gaúcho Edgar Graeff, está chamando a atenção e, em breve, constará no topo da lista dos mais procurados. Com um projeto que envolve residências com serviço hoteleiro para além da hospedagem, o Kempinski Laje de Pedra já é sucesso absoluto, com R$ 300 milhões em negócios fechados no primeiro ano de vendas, motivo de sobra para comemorar a data.
“O Laje de Pedra deu projeção nacional para a região com sua excelência em hotelaria e destino”, relembra José Paim de Andrade Júnior, um dos sócios da LDP Canela. “E agora algo especial está acontecendo por lá novamente”, ressalta o empresário, que toca o empreendimento junto com José Ernesto Marino Neto e Márcio Carvalho, em parceria com a bandeira alemã.
Dividido em três fases, o projeto de R$ 800 milhões e Valor Geral de Vendas previsto de R$ 1,8 bilhão está na etapa 1 das obras, prevista para ser entregue em meados de 2026. As demais serão de expansão. O empreendimento vai operar no modelo sob medida, ou seja, de acordo com o tempo de uso, e será administrado 100% pela Kempinski, que oferece um pool de serviços reconhecidos internacionalmente pelo alto padrão. As residências sofisticadas permitem acesso a uma comunidade exclusiva e um hub de serviços e experiências únicas enraizadas na enogastronomia, na cultura, na história e na identidade local.
DESTINO DESEJADO — Ao sediar o primeiro Kempinski da América do Sul, Canela e os Campos de Cima da Serra se juntam a um seleto portfólio de destinos turísticos selecionados na Europa, na Ásia, no Oriente Médio e na África. A valorização das características naturais arquitetônicas da região, presentes no prédio histórico com fortes traços modernos é o ponto de partida do projeto de retrofit já premiado internacionalmente e que leva assinatura da Perkins & Will, com paisagismo de Sergio Santana e interiores de Patricia Anastassiadis.
As Kempinski Residences (apartamentos) com área entre 52m² a 220m², vão proporcionar uma experiência única e sofisticada de moradia ou lazer. Entre as atrações estão nove operações gastronômicas, amplos terraços e vistas para o Vale do Quilombo, enoteca, rooftop, teatro, piscinas, área para eventos, entre outros. Atualmente é possível conferir de perto o projeto através dos apartamentos-modelo apresentados no Espaço Kempinski Laje de Pedra – onde os visitantes encontram, também, galerias de arte, sala imersiva, e o restaurante 1835 – que une o requinte da alta gastronomia aos sabores únicos do tradicional churrasco gaúcho. Situado na Rua das Flores, 222 – Canela, o local é uma amostra do que está por vir: uma experiência padrão Kempinski que poderá ser desfrutada após a inauguração do empreendimento, em 2026.
Uma história que se repete
Em 1970, os empreendedores José Luiz Correa Pinto e Péricles de Freitas Druck, do Grupo Habitasul, criaram a Eticon_Empreendimentos Turísticos, Imobiliários e de Construção Ltda., que passa a ser dona do Parque Laje de Pedra. Juntos, decidiram colocar Canela no mapa dos destinos de luxo do Brasil.
O projeto original do hotel é do arquiteto Edgar Graeff, indicado por Oscar Niemeyer para a concepção do prédio com forte influência modernista. O Laje de Pedra está presente na memória afetiva dos gaúchos não só por inaugurar uma nova e superior categoria de hospedagem na região, mas por ter sido cenário de expressivos eventos sociais e culturais que marcaram época. Entre eles, a assinatura do Tratado do Mercosul, em 1992. No mesmo ano, os presidentes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, e o ministro das Relações Exteriores do Chile, assinaram a Declaração de Canela, que harmoniza as posições do Cone Sul na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a ECO-92.
Durante 15 anos foi palco da Festa Nacional do Disco, recebendo nomes como Roberto Carlos, Nara Leão, Milton Nascimento, Belchior, Alcione, Nana Caymmi, Gonzaguinha, Nelson Gonçalves e mais uma centena de grandes nomes da MPB. Aviões fretados da Vasp, que anunciava seus moderníssimos voos com telefone a bordo, traziam os artistas do centro do país à região. Noticiados em todo o Brasil, os eventos artísticos também contribuíam com o lançamento de artistas e bandas que fariam grande sucesso nacional, como Kid Abelha e Barão Vermelho, de Cazuza.
Era nesse local, à beira do Vale do Quilombo, que grandes nomes da música brasileira se encontravam. Artistas como Tom Jobim e Chico Buarque, que em 1986, durante o 14º Festival de Cinema de Gramado, em um encontro “secreto” tiveram a inspiração para compor a música “Anos Dourados”, trilha sonora da minissérie que estava para estrear na TV. Tom estava na região para uma apresentação e acabou ficando hospedado no hotel. Chico estava na cidade acompanhando a então esposa, Marieta Severo, que ganharia o Kikito de melhor atriz daquele ano. Foi então que o Bloco B do Laje de Pedra foi espaço para os dois amigos cariocas trocarem ideias sobre a canção.