Nesta quinta-feira (30), a partir das 8h, equipes das Defesas Civis estadual e municipal, do Corpo de Bombeiros, da Brigada Militar e da empresa Energética Campos de Cima da Serra Ltda vão notificar os proprietários de 20 edificações ao longo do rio das Antas, sobre o risco potencial de inundação em função da fissura detectada na estrutura da barragem Passo do Meio, em São Francisco de Paula.
As equipes vão adotar as medidas de evacuação emergencial de duas edificações que têm moradores ao longo do rio das Antas. Esses moradores serão removidos para hotéis ou outras casas na região. Os proprietários de outras 18 edificações serão notificados sobre a situação, sendo contra-indiciada a ocupação, visitação ou permanência nos imóveis situados na zona de impacto direto durante os próximos 20 dias.
Segundo o subchefe de Defesa Civil do RS, coronel Rodrigo Dutra, “há três barragens em sequência e a percolação está localizada na barragem mais acima, sendo que, em caso de ruptura total daquele barramento há mais duas barragens para conter a onda de cheia o que, conforme atesta o empreendedor, traz segurança à operação de evacuação de emergência”. A percolação pode ser definida como a passagem de água pelo barramento em razão da abertura de fissuras na barragem.
Não há risco iminente de ruptura, porém, em caráter preventivo, a Defesa Civil Estadual, em conjunto com o empreendedor e com a participação das agências de fiscalização e de controle de emergência entendeu por acionar o Plano de Ação de Emergência da barragem. A operação conta com o apoio e acompanhamento da Sala de Situação da SEMA, do Departamento de Recursos Hídricos, da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (AGERGS), da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) e do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual.
A Defesa Civil realizou ao longo da semana duas reuniões técnicas com os órgãos de fiscalização e com as Defesas Civis locais, Brigada Militar e Corpo de Bombeiros Militar. A empresa já está adotando as medidas de mitigação de risco, com o rebaixamento do nível de água na barragem que apresenta percolação e com a abertura de um canal de desvio do rio das Antas no ponto crítico de forma a permitir o reparo na barragem. A previsão inicial da empresa é de que os reparos levem cerca de 20 dias.
“Estamos monitorando o nível do rio das Antas nos pontos à montante e à jusante da barragem em conjunto com a Sala de Situação da SEMA, de forma permanente, não havendo qualquer anomalia, até o momento, que indique risco adicional”, explicou o coronel Rodrigo Dutra.
A Coordenadoria Regional de Defesa Civil na Serra instalou na quarta-feira (29) um Sistema de Comando de Incidentes para gerenciar as ações das cinco equipes responsáveis por realizar as notificações e a remoção das famílias no curso do rio.
Fonte: Defesa Civil RS