Na sexta-feira de noite, o time do Brasil enfrentou a desfalcada Bolívia marcando cinco gols, mas ainda deixando a desejar.
Quem olha o placar, imagina que o Brasil voou em campo. Foi muito superior, realmente, mas faltou muita tática e fome de gols para ser uma atuação convincente. Além do jogo, a ideia de Tite na escalação não ficou muito clara, tanto nas funções quanto no objetivo. Tudo isso, jogando contra uma das seleções mais fracas do grupo, parcialmente desfalcada pelo treinador, que preferiu poupar jogadores para o duelo contra a Argentina.
O Brasil entrou em campo com um time previsto, com exceção de Douglas Luiz, além de Everton Cebolinha jogando invertido (na ponta direita). Ambos os jogadores entraram mal na partida, mas Tite demorou a mexer. Cebolinha é mais que habilidoso, mas seu posicionamento afetou demais em sua participação, que durou 60 minutos até uma mudança, que infelizmente não foi de posicionamento: foi substituído por Rodrygo. Douglas Luiz, por sua vez, não errou muito, mas não mostrou nenhum brilhantismo. O jogador é novo, muito promissor, e merece chances na Seleção. Porém, acredito que existam muitos nomes na frente, que variam conforme a função do jogador, já que não ficou claro se Tite o usou como um 2° volante ou meia ofensivo (como no caso do Coutinho), até porque não vimos muitos cenários de jogo, apenas o ataque.
Porém, a titularidade de Douglas poderia ser explicada como uma forma de testar novos jogadores. Jogando contra uma Bolívia desfalcada, seria o cenário ideal para testar novos nomes e ideias. Mas não foi o que aconteceu. Neymar jogou muita bola (duas assistências), mas estava voltando de lesão e chegou a sofrer faltas duras. Não seria mais vantajoso deixar o craque de fora sob tais condições e posicionar corretamente Cebolinha? Na falta de um jogador de criação, Everton Ribeiro ocuparia a ponta esquerda (um jogador que demonstra há anos nível de Seleção e sempre teve poucas chances). Outra questão, seria a zaga. Tite já falou até que Filipe Luís seria seu titular na lateral-esquerda, mas que ele prefere escalar outros nomes pensando na próxima Copa do Mundo. Justo. Mas o mesmo deveria se aplicar a Thiago Silva, que apesar de ser um grande zagueiro, já possuí idade avançada e não deve jogar a próxima Copa. O Brasil possuí grandes zagueiros para compor a zaga com Marquinhos (como Rodrigo Caio ou Felipe), mas acabam por não receber muitas oportunidades.
Existiram muitos pontos positivos na partida, porém grande parte das atuações individuais. Renan Lodi realizou uma ótima atuação, Marquinhos e Neymar incríveis, Casimiro com uma visão de jogo impressionante. Mas, faltou muita intensidade no time como um todo. Muitos passes para os lados ou para trás. Quando analisamos o mapa, podemos perceber que a Seleção segura a bola na maior parte do tempo no centro do campo, com um jogo muito lento e pouco vertical, algo que não deveria acontecer contra um adversário tão fraco.
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