O 2ª Pelotão Ambiental da Brigada Militar e a Secretaria de Meio Ambiente de Canela estão monitorando os locais e colhendo relatos da presença de animais na região há algum tempo. Na terça-feira (26.4) os policiais e técnicos ambientais atenderam a um chamado em um sítio na localidade de Tubiana. No local, um potro foi morto e um cavalo teve ferimentos, sendo atendido pela equipe do Centro Municipal de Proteção dos Animais de Canela (Cempra) e Secretaria de Meio Ambiente.
O secretário de Meio Ambiente, biólogo Jackson Müller destaca que após análise foi possível verificar a grande probabilidade de que a situação se relacione a uma fêmea adulta, ensinando seu filhote a caçar: “a caça ilegal de animais silvestres que servem de alimento ao puma podem estar sendo reduzidas, forçando os animais a avançar sobre animais domésticos fragilizados”, contou Jackson. Além disso, destaca que o animal não ataca seres humanos a menos que seja provocado ou durante a atividade ilegal de caça, quando o animal está sendo perseguido, acuado ou ferido.
“A presença de animais como o felino em questão não é novidade no Município e na região, pois ao longo dos anos moradores relatam fatos ocorridos em suas propriedades. O ataque ocorre porque cada vez mais o ser humano avança suas ações para áreas de mata forçando os animais para as áreas urbanizadas” completa o biólogo Jackson.
Os órgãos de fiscalização e controle solicitam o auxílio dos moradores da região em caso avistamento do animal ou registrem suas pegadas, vestígios ou visualização informem pelos fones: (54) 3282-8547 (PATRAM) ou (54) 3282.5173 (Meio Ambiente).
OBSERVE AS ORIENTAÇÕES E MEDIDAS PREVENTIVAS:
• A mera visualização de carnívoros não representa conflito ou ameaça às pessoas. Pode ser um animal apenas de passagem ou de espécie incapaz de atacar a criação doméstica, como, por exemplo, gato-do-mato de pequeno porte que, avistados à noite, de longe ou de relance, são facilmente confundidos com onças.
• Casos de ataques fatais causados por onças a seres humanos são extremamente raros, e a grande maioria dos ataques em que uma pessoa sai ferida acontece durante a atividade ilegal de caça, quando o animal está sendo perseguido, acuado ou ferido;
• Medidas simples previnem o risco de alguém ser atacado: não caminhar sozinho em matas, principalmente no início da noite e ao alvorecer; não deixar crianças pequenas sozinhas nas propriedades ou brincando nas matas – nesse caso por outras razões de segurança que não o risco de ataques de onças. É fundamental cuidas as crianças;
• Havendo um conflito real, serão analisadas as possíveis causas que estão levando o carnívoro a atacar os animais domésticos para encontrar a melhor solução possível;
• A prática de caça na região pode estar interferindo no comportamento dos animais predadores, pois a fome pode estar obrigando o carnívoro a procurar animais domésticos, uma vez que as suas presas naturais (tatu, paca, veado, queixada) estão sendo caçados de forma irregular, senão criminosas;
• Assim que surgir um “problema” ou dúvidas, procure imediatamente a orientação ou auxílio das autoridades (SEMA/RS, PATRAM, IBAMA ou ICMBio). Nunca tente, por conta própria, matar ou capturar um carnívoro silvestre que esteja causando problemas. É muito perigoso, além de ser um crime ambiental;
• É importante que a onça seja espantada do local, portanto, em situações que for mesmo necessário andar nas trilhas ou nas matas faça barulho, de forma ruidosa e constante, até o afastamento de algum animal. Sentindo-se ameaçado, grite, assobie forte, bata palmas, erga e abane os braços, encoste ou suba numa árvore. Se estiver com uma criança, coloque-a nos ombros, dessa forma aumentando o seu tamanho
Em caso de encontro com mamíferos carnívoros:
• Manter a calma, estando em grupo mantenha a coesão, NÃO CORRA, não olhe diretamente nos olhos do animal, mas mantenha contato visual, afaste-se devagar, oferecendo espaço de fuga para o bicho;
• Preste atenção na presença de urubus nas redondezas. Evite passar próximo aos locais onde essas aves estejam pousadas, pois pode haver um predador se alimentando de uma carcaça ou que vá retornar ao local logo mais;
• Se encontrar um filhote de qualquer carnívoro silvestre, principalmente de onça, NÃO se aproxime ou toque no bichinho. A mãe deve estar por perto e poderá atacar para proteger a cria.
PARA AFASTAMENTO DE PREDADORES, PUMAS PRINCIPALMENTE, QUE ESTEJAM AMEAÇANDO ÁREAS RURAIS HABITADAS E PERIFERIAS URBANAS, BEM COMO A REDUÇÃO DE ATAQUES DE CARNÍVOROS A ANIMAIS DOMÉSTICOS, OBSERVE AS SEGUINTES ORIENTAÇÕES:
• Formação/utilização de piquetes de pastagem o mais longe possível de áreas florestadas;
• Manter a área habitada limpa, diminuindo a incidência de acidentes causados por cobras e evitando a presença dos predadores, pois eles evitam transitar em áreas abertas;
• Recolhimento de seus animais no fim do dia em estábulos, currais, chiqueiros, apriscos e galinheiros para que eles passem a noite protegidos. Esses abrigos devem estar próximos das casas dos empregados ou caseiros;
• Acompanhamento de fêmeas em época de parição e recolhimento destas em locais seguros (piquetes-maternidade, currais ou estábulos), principalmente nos dias antes da parição, durante o parto e na semana pós-parto;
• Manter sempre seus animais vacinados, vermífugos e sadios (fortes), pois animais fracos são presas fáceis. Também eles podem morrer por causa da doença e depois serem comidos pelos predadores;
• Animais que morrem por doenças, carcaças ou ossadas, devem ser enterrados em valas profundas e cobertos com cal. Simplesmente jogar a carcaça de um animal no mato, mesmo que longe de casa, atrai predadores ao local;
• O lixo doméstico não pode ficar exposto de maneira que os animais (domésticos ou silvestres) tenham acesso a ele. Separe o lixo em reciclável e orgânico e dê uma destinação adequada;
• Colocar sinos ou guizos no pescoço dos animais afugenta os predadores pelo barulho que produzem;
• Nunca tente enfrentar o predador armado de paus ou porretes, nem atire nele;
• Não permita que crianças andem desacompanhadas em regiões onde exista a suspeita de presença de onças;
• Instalar/manter luzes acesas nos estábulos, currais, chiqueiros, a fim de evitar a aproximação de predadores. Pisca-piscas de árvore de Natal são mais eficientes do que luzes fixas;
• Instalar espantalhos em áreas onde ocorrem ataques ou como prevenção. Colocar rádio de pilha ou pisca-piscas nos espantalhos de vez em quando. A cada dois dias mudar o espantalho de lugar;
• Manter cães (dois ou três) sob seu controle, guardando sua casa e/ou seu rebanho, participando do manejo para ele se habituar aos outros animais. Mantê-los sempre bem alimentados e saudáveis. À noite, deixe-os soltos, mas certifique-se de que não são eles que estão atacando a criação;
• Não caçar e proibir a caça em sua propriedade ou nas proximidades, pois a falta de presas naturais (tatu, paca, veado, jacutinga, teiú) faz com que o predador ataque os animais domésticos.
NÃO TENTE MATAR OU CAPTURAR O PREDADOR. ALÉM DE SER PERIGOSO, TRATA-SE DE UM ANIMAL SELVAGEM ISSO ATO É CONSIDERADO CRIME AMBIENTAL.
Informações e orientações:
(54) 3282.8547 (PATRAM)
(54) 3282.5173 (Meio Ambiente)