As 15 pessoas resgatadas pela Brigada Militar, as quais se encontravam em situação de trabalho análogo ao escravo no interior de São Francisco de Paula poderão retornar as suas cidades de origem. Em ação conjunta com o Ministério Público do Trabalho e Secretaria de Assistência de São Francisco de Paula os trabalhahores foram resgatados em uma fazenda, na localidade de Lajeado Grande, na manhã de quarta-feira (6).
O grupo foi para um alojamento em Caxias do Sul onde o Ministério do Trabalho realizou alguns trâmites legais. A princípio, entre hoje e sexta-feira (8) eles possam voltar as suas cidades de origem. O grupo é compostro na maioria por indígenas vindo do Paraná e Erechim, sendo 12 homens (entre eles dois menores e mais duas mulheres e uma criança de dois anos.
A Brigada Militar chegou ao local após uma das vítima ter conseguido entrar em contato com a polícia pelo telefone 190. Segundo o próprio denunciante, ele estaria juntamente com mais treze pessoas, trabalhando no cultivo de alho, submetido a trabalho análogo à escravidão, sem condições mínimas de alojamento, ainda com falta de comida, expostos ao frio e obrigados ao trabalho para pagamento do custeio das passagens. Fatos estes comprovados durante a operação.
Conforme uma das vítimas, eles trabalhavam na plantação de alho, no corte e armazenamento. O autor teria pago a passagem para eles virem do Paraná. Eles desembarcaram em Caxias do Sul e deslocaram de táxi até a fazenda. O valor do transporte era para ser pago pelo “empregador”, mas ao chegar ao local já foram informados que estavam em dívida pela passagem. Ainda estavam pagando até pela alimentação, a qual não era suficiente para todos. Os trabalhadores recebiam R$5,00 por caixa de alho.
O autor de 47 anos, confirmou ser o responsável pelo local, que arrendou as terras e contratou as pessoas. Ele foi preso em flagrante e encaminhado a Polícia Federal em Caxias do Sul.