Nesse mesmo dia de meio de semana, o Internacional conseguiu uma vitória importante com um sufoco desnecessário, enquanto o Grêmio fez mais uma atuação desastrosa.
Por pouco
Na noite dessa quarta-feira, o Internacional voltou a disputar a Libertadores após a paralisação do futebol. O time vinha de uma derrota contra o Goiás, lanterna do Brasileirão, e apesar do Inter ter entrado com o time misto para poupar o elenco, não é um resultado justificável. No entanto, o colorado fez valer a preservação de seus titulares, garantindo a vitória contra o América de Cali por 4×3.
A verdade é que o Inter sofreu muito mais do que precisava, mas para analisarmos o jogo devemos ir por partes. O primeiro tempo do time gaúcho foi de almanaque, uma verdadeira aula de futebol. Abusaram de passes longos e lançamentos, que mostraram o quão fragilizado era o time colombiano. Todos os gols da equipe gaúcha envolveram falhas dos adversários em cortes. Ao final da primeira etapa, o placar mostrava a soberania colorada: 3×1 para o time da casa. Mas, no segundo tempo, o América de Cali cresceu no jogo e por pouco não segurou um empate contra um time muito superior.
A vitória foi merecida, mas a dificuldade de manter um ritmo de jogo está pesando muito para o Internacional. É algo que todos os times estão sentindo no retorno do futebol, mas parece que o colorado sentia menos nas primeiras participações do Brasileirão do que agora. O ataque se vira muito bem sem seu principal nome, mas a defesa preocupa. São seis gols sofridos nas últimas quatro partidas, uma média de 1,5 por jogo (alta quando analisamos os adversários). A maior prova é o jogo contra o Goiás, que em um dia de ataque fraco e um goleiro adversário inspirado, o setor ofensivo não compensou o defensivo. O time goiano conseguiu a vitória com 20% de posse de bola e apenas uma finalização no gol.
Entre lesões e decepções
Se seu principal rival ficou muito perto de um empate, o Grêmio ficou muito perto de levar uma goleada. Após o jogo do Internacional, o tricolor entrou em campo contra a Universidad Católica já com grandes problemas: nove jogadores do elenco se encontravam lesionados. Com o time praticamente reserva, a atuação foi mais abaixo do que o normal. E infelizmente pela fase, isso significou um jogo tático muito falho.
O time do Renato anda com muita dificuldade quando está sem a bola. Na quarta-feira, o time estava pior que nunca na marcação.
O estilo optado para o jogo, a marcação por zona foi executada de forma quase infantil, onde qualquer jogador do time chileno estava metros afastado do seu marcador. Com um pouco de velocidade nos passes, já foi possível desmontar toda tática defensiva do Grêmio. Como consequência, a Universidad Católica teve uma precisão nos passes de impressionantes 91%, e mais uma vez o time tricolor ficou exposto para bolas longas (74% de precisão dos chilenos, quase a precisão de passes normais do time gaúcho).
Quando com a bola, o time foi tão ruim quanto. O Grêmio alcançou uma marca que não repetia desde o traumático 5×0 contra o Flamengo: finalizou apenas uma vez no gol a partida inteira, ainda que muito tarde, depois dos 70 minutos de jogo. Se isso tudo é assustador, não só a partida Grêmio perdeu ontem. Além de Kannemann lesionado, Geromel virou dúvida após sentir dores e David Braz acabou sendo expulso no final da partida (vale lembrar que nas últimas 4 partidas o Grêmio teve jogadores expulsos em todas). Ou seja, caso o titular argentino não se recupere a tempo, o tricolor corre riscos de estar ainda mais vulnerável justo contra o Internacional, duelo também pela Libertadores na próxima semana. Quando a fase não é boa, nem a sorte ajuda.
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