A pandemia causada pela Covid-19 fez o consumo de conteúdo pirata aumentar em quase 70%, principalmente por conta da dificuldade financeira vivida em todo o país. Além disso, pequenos e grandes empreendedores também não conseguiram sustentar seu negócio.
Vivemos uma crise de saúde pública, política, econômica e até ambiental, principalmente depois que a pandemia se instalou e novas medidas de segurança foram tomadas com o intuito de combater a transmissão do vírus.
Essas novas medidas fizeram com que uma grande parte da população ficasse em casa e, consequentemente, consumisse mais as mídias de entretenimento e plataformas de streaming, que acabaram crescendo exponencialmente.
O que é pirataria?
A pirataria nada mais é do que a reprodução, venda e distribuição de produtos sem autorização e pagamento de direitos autorais. Por ser considerada um crime contra o direito autoral, a pirataria não expressa autorização dos proprietários de uma marca ou produto.
Para se ter uma ideia do tamanho desse negócio ilegal, atualmente, a piratira movimenta mais recursos que o narcotráfico.
O crime é financiado por grandes grupos organizados e até por máfias internacionais envolvidas com tráfico de drogas, armas, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro.
É um crime que pode até parecer inocente, mas é muito mais perigoso do que imaginamos, já que esconde diversos crimes por trás dessa prática.
Produtos mais pirateados
É praticamente impossível listar todos os produtos pirateados, pois esse negócio se expande cada vez mais e há tempos se desenvolve no país com o objetivo de facilitar a distribuição desses objetos.
Entretanto, existem produtos com maior procura diária, objetos de consumo rápido ou que seus originais possuem grande valor agregado, mas que são de fácil locomoção. Dito isso, os produtos pirateados mais comuns são:
calçados
roupas
bolsas
tênis
óculos
brinquedos
perfumes
relógios
livros
Instrumentos musicais
cigarros
bebidas
mídias audiovisuais (CDs, DVDs, CD-Roms)
eletrônicos
Além disso, a qualidade, durabilidade e eficiência desses produtos é muito inferior aos originais, especialmente por representar sérios riscos à saúde do consumidor, principalmente os remédios, óculos de sol, cigarros ou bebidas pirateadas.
Isso porque os produtos piratas não passam por vistorias ou revisões, assim como não respeitam nenhum processo de regulamentação e controle.
A Covid-19 e o aumento do consumo de pirataria
Segundo dados do Fórum Nacional Contra a Pirataria, o Brasil perdeu R$ 287,9 bilhões para o mercado ilegal, os prejuízos foram gigantescos e o impacto que isso gerou na economia foi notado até mesmo por outros países.
Essa mudança de comportamento dos consumidores levou organizações criminosas a se adaptarem ao cenário pandêmico. Só no ano passado, um estudo apontou um crescimento de 250% do comércio de produtos pirateados.
A estimativa de impostos que deixaram de ser arrecadados chega a R$ 90,7 bilhões por conta desse comércio ilegal.
Esse por mais que esse impacto na economia tenha ligação direta com a Covid-19, ele se aproveita das condições ocasionadas pela pandemia para financiar outros problemas e prejudicar a produtividade e empregabilidade do país.
Mudanças no comportamento de consumo
As medidas de restrição que foram adotadas como tentativa de combater a Covid-19 envolvem mudanças sociais, como o isolamento social e diferentes comportamentos de consumo, como o aumento da pirataria.
Os comércios tiveram que fechar, o que tornou a vida de macros e microempreendedores ainda mais difícil.
O bloqueio das fronteiras também prejudicou a chegada de produtos e insumos necessários para nutrir as empresas.
Com a pandemia, produtos ilegais que antes eram vendidos nas calçadas, passaram a ser ofertados na internet. São diversos produtos que vão de roupas, eletrônicos, brinquedos e até remédios de procedência desconhecida que colocam em risco a vida das pessoas.
Se levarmos em conta a alta do desemprego e a crise econômica causada pela paralisação da economia, isso tudo faz com que o contrabando e a falsificação se agravem mais ainda.
A polícia federal realizou três grandes operações pelo Brasil, todas com números recordes de apreensões.
Além do desemprego que naturalmente aumentou por conta da crise, a pirataria acaba prejudicando ainda mais os trabalhadores.
Eletrônicos pirateados
Recentemente, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apreendeu cerca de 1,5 milhão de aparelhos eletrônicos irregulares.
O mais perigoso é que mais de 349 mil eletrônicos confiscados eram considerados equipamentos de radiação restrita, como fones de ouvido, teclados sem fio, caixas de som, relógios, mouses, impressoras, entre outros.
Também há uma grande produção de celulares, acessórios, carregadores de bateria e até notebooks ou tablets.
No caso desses produtos eletrônicos, o risco é ainda maior, principalmente por conta dos materiais que os compõem.
Em sua maioria, a qualidade é baixíssima e põe em risco até a vida do consumidor. Hoje em dia, é bem comum vermos incêndios causados por explosões em carregadores ou celulares.
Produtos essenciais, como as impressoras, também foram altamente prejudicadas. Os suprimentos e as peças necessárias para manutenção desses equipamentos foram alteradas e acabaram comprometendo a qualidade das impressões e a reputação das gráficas.
Consequências geradas pela pirataria
Além dos diversos problemas citados acima, como prejuízos financeiros, aumento de grupos organizados espalhando a pirataria pelo país e consumidores sendo prejudicados ou enganados constantemente, a pirataria também criou novas opções de produtos.
Quando falamos de impressoras, por exemplo, há uma grande parcela de pessoas que ainda usam suprimentos e peças falsificadas de segunda linha. Isso acaba alterando a qualidade e a durabilidade do equipamento.
Os cartuchos alternativos ou remanufaturados podem ser mais baratos do que os originais de fábrica, porém, eles podem danificar bastante a impressora.
Por fim, é importante citarmos as consequências mais comuns que podem surgir ao não usar suprimentos originais:
Piora o desempenho da impressora, causando lentidão e comandos travados;
Vazamento de tinta na impressora, podendo causar a perda do equipamento;
Borrões e manchas no documento impresso;
Problemas no comando das cores e quantidade de gotas aplicadas;
Dificuldade para atingir alta qualidade de impressão em impressoras que utilizam toner.
Portanto, os danos causados pela pandemia são evidentes e necessitam de observação e medidas aplicadas. Tal como tudo o que ela agravou, como é o caso da pirataria, que já existia, mas neste momento piora a vida de milhões de brasileiros.