A nova Lei de Abuso de Autoridade que entrou em vigor na semana passada proíbe os órgãos de segurança de divulgar imagens, vídeos, nomes (nem mesmo as iniciais) dos presos. Certamente para a população em geral a questão ganha ares de absurdo. Mas, a lei é para ser cumprida e até que haja uma mudança, não teremos mais como divulgar imagens dos presos, nem mesmo de costas ou com o rosto desfocado.
Lembro bem que quando entrei para o mundo do jornalismo está era uma situação completamente diferente. Quando havia uma prisão, independente do crime ser um roubo, furto, tráfico ou homicídio, era de praxe divulgar o nome e a foto do individuo. Na época, a imprensa era chamada para fazer a foto do preso. Em alguns casos como homicídio e outros crimes menores tive a oportunidade de conversar com o preso e divulgar o conteúdo relatado por ele.
Atualmente a situação já havia mudado muito e eram raros os casos em que podíamos divulgar as fotos dos presos. Muitos leitores até ficavam indignados ao ver apenas uma foto de costas e sem nomes dos criminosos, achando que a imprensa não queria divulgar. O fato é que mesmo tendo uma vasta ficha criminal, se não há ma condenação não se pode “manchar” a imagem do preso sob o riso de processo e arcar com indenização ao “bom samaritano”. A sensação de que os criminosos tem mais direitos que o cidadão de bem parece crescer a cada dia.
Nem mesmo quando a lei parece ser tão rigorosa acaba não sendo. Recentemente estava em casa quando escutei um barulho de colisão. Ao verificar o que tinha ocorrido, vi um motorista embriagado bater em um carro estacionado. A Brigada Militar foi acionada e após constatar a embriaguez, o motorista foi preso e conduzido até a delegacia. O dono do veículo atingido também foi até a DP realizar o registro. No órgão policial foi estipulada a fiança. O preso perguntou o valor, ao ser informado, puxou a carteira, pagou e pouco depois foi embora. Enquanto isso, o dono do veículo atingido ficou no local fazendo o registro. Apesar do rigor da lei, o infrator não teve problemas para ir pra casa, antes mesmo da vítima e dos policiais que tiveram que encerrar o BO.
Iguais a esta existem inúmeras histórias onde a sensação de impunidade é grande. No entanto, vamos seguir na luta e continuar levando as informações de forma correta e imparcial aos leitores.