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quarta-feira, 25 junho, 2025
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Fotolivro destaca o gado franqueiro do Rio Grande Do Sul

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Projeto realizado com recursos do Ministério da Cultura – Lei Paulo Gustavo e Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS) está em fase final de produção, com lançamento da obra de distribuição gratuita e ações educativas previstos para o segundo semestre nos municípios dos Campos de Cima da Serra.

REGIÃO | O gado franqueiro foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural e genético do Rio Grande do Sul em 2012, após a aprovação de um projeto de lei pela Assembleia Legislativa do estado. Apesar da força e da beleza ímpares desses animais, que carregam em seu DNA boa parte da história do povoamento meridional, a presença da raça nos territórios gaúchos é cada vez mais rara em função do desconhecimento e de interesses econômicos externos que massificam a pecuária, assim como ocorre com outras atividades produtivas.

Trazer a público memória, saberes e práticas relacionadas à criação do franqueiro, lendas e manifestações populares coletadas nas fazendas onde persiste esse tipo de criação estão entre os objetivos do fotolivro “O Gado Franqueiro do Rio Grande do Sul – Cartografia Afetiva”, projeto proposto pelo designer Diego Santos, de Canela, em parceria com a jornalista caxiense Alessandra Rech. As fotografias são do espanhol radicado no Brasil Antonio Valiente.

O projeto está sendo realizado com recursos da Lei Complementar nº 195/2022, Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, viabilizados pelo Edital 11/2023 – Pesquisa, Registro e Memória da Secretaria da Cultura do Estado, e tem previsão para lançamento no segundo semestre deste ano, com distribuição gratuita do livro para entidades públicas e ações educativas especiais voltadas aos municípios dos Campos de Cima da Serra. 

A equipe produziu entrevistas e imagens em São José dos Ausentes e São Francisco de Paula, locais que concentram os remanescentes do rebanho. Para Alessandra, que está em processo de escrita do livro, o projeto, que acolhe a participação indígena muitas vezes apagada dos processos de desenvolvimento, chama a atenção para modos de vida diversos, no enfrentamento à monocultura do pensamento.

– O desejo é de que a nossa pesquisa possa se somar aos esforços, tão bem conceituados por Geni Núñez, de ‘reflorestar o imaginário’ –  afirma.

Sebastião Fonseca de Oliveira (centro) e a jornalista Alessandra Rech durante a etapa de entrevistas realizadas em São José dos Ausentes

CONHEÇA

De rara beleza, o gado franqueiro é representativo de práticas culturais ancestrais. Basicamente, divide-se em duas variações: o “borrachudo”, com guampas curtas e grossas de até 65 cm de circunferência e 50 cm de comprimento, e o de guampas finas e compridas com até 2,3 metros de uma extremidade a outra, ambos grandes e fortes e com couro grosso. A pelagem é multicolorida.

Os primeiros animais aportados na costa brasileira datam de 1534, descendentes do casco ibérico trazido pelo donatário das capitanias hereditárias de São Vicente, Martim Afonso de Souza, português, e por Alvar Nuñez “Cabeza de Vaca”, espanhol. Há suposições de que esses animais sejam descendentes do gado domesticado há 6 mil anos no Egito. Inicialmente, o lote teria sido de sete vacas e um touro, distribuídos posteriormente para a banda Oriental, o Uruguai, e repontados para as estâncias missioneiras e a Vacaria dos Pinhais, em formação, por volta de 1710.

Publicação vai evidenciar a pecuária ancestral nos Campos de Cima da Serra e um símbolo ainda pouco conhecido do Rio Grande do Sul – Fotos: Antonio Valiente – divulgação

– O gado franqueiro se aquerenciou nessa região, fortalecido pela seleção natural e tornando-se importante sustentação econômica por séculos  –  explica Sebastião Fonseca de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Franqueiros e curador no projeto. Com uma vida dedicada à preservação da cultura dos Campos de Cima da Serra, tanto na criação do franqueiro como na pesquisa histórica, escrita e busca por políticas públicas em defesa do patrimônio natural e cultural, ele destaca a necessidade de mais ações que viabilizem a preservação genética e a visibilidade desse símbolo cultural.

Mais informações sobre o projeto podem ser acompanhadas no Instagram @quieta.querencia

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