Sempre fui ligado a esportes, principalmente ao futebol, isto talvez se deva ao fato de ter nascido em ano de Copa do Mundo. Em 2022 vou acompanhar o meu décimo mundial. O primeiro que acompanhei foi o de 1986 no México. Na época, colecionei muitas figurinhas de jogadores, as quais vinham nos chicletes. As mais cobiçadas eram do Zico e Maradona. O camisa 10 do Brasil era a grande esperança de título, mas quis o destino que um pênalti desperdiçado por ele acabasse sendo crucial na eliminação do Brasil diante da França. Naquele ano, Maradona levou a Argentina ao título. A de 1990, na Itália, foi a segunda Copa que torci pela Seleção Canarinho. O gol de Caniggia pôs fim ao sonho do tetra. Depois, houve ainda a história da tal “água batizada”, mas que em nada mudou o placar do jogo. O título acabou ficando com a Alemanha.
É Tetra
E veio a Copa de 1994, nos Estados Unidos. Foi o ano em que voltei a morar em Canela. Também foi um ano que iniciou muito triste, naquele 1º de maio, quando perdemos Ayrton Senna. Depois daquela perda irreparável, nunca mais assisti a uma corrida de Fórmula 1, perdi o gosto por esse esporte. Mas, voltemos ao futebol. Comandada pela dupla Bebeto e Romário, o Brasil recuperou seu prestígio e a autoestima do povo. E no gol, uma muralha chamada Taffarel foi decisivo para garantir nossa vitória nos pênaltis diante da Itália. Lembro de assistir a disputa de pênaltis sozinho na sala da casa da minha mãe e vi Roberto Baggio errar aquela cobrança e aos gritos de “é tetra”, Galvão Bueno anunciou enfim a conquista tão esperada.
No mundial de 1998 na França o Brasil tinha um grande time e tudo indicava que o penta viria. Chegamos a final, tendo como adversário os donos da casa. Mas, estranhamente, o nosso principal atacante, Ronaldo Fenômeno passou mal às vésperas do jogo e não foi bem em campo. Os franceses venceram por 3 a 0 e ficaram com o título. Em 2002 foi a vez da Coréia do Sul e Japão sediarem o mundial. Com Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo Fenômeno, o Brasil fez uma grande copa. Na final enfrentaram a poderosa Alemanha. Desta fez, o Fenômeno não decepcionou e garantiu o nosso penta.
O mundial de 2006 foi disputado na Alemanha. Desta vez ficamos no caminho, enfrentando a França de Zidane. Na final os franceses perderam o título nos pênaltis para a Itália. A copa acabou marcada pela expulsão do craque Zidane, após dar uma cabeçada no peito do zagueiro italiano Marco Materazzi, que teria proferido duros xingamentos a sua mãe e irmã antes do acontecido. Já em 2010 foi a vez da África do Sul sediar o mundial. Mais uma vez o Brasil não foi bem e acabou eliminado pela Holanda e o título ficou com a Espanha.
O maior fiasco
O ano da recuperação seria em 2014, quando o Brasil foi o país sede do mundial. Tinha tudo para confirmar o hexa. Mas o que todos vimos foi o maior fiasco brasileiro em copas do mundo. Dois times tradicionais e invictos chegaram na semifinal. Mas o que se viu foi um Brasil irreconhecível e uma Alemanha cruel, aplicando uma goleada histórica de 7 a 1. Não fizeram mais por pena dos donos da casa. Na final, a Alemanha bateu a Argentina e levou a taça. Em 2018 foi a vez da Russia sediar o mundial. Confesso que não levei muita fé na seleção e a eliminação veio diante da Bélgica. O título acabou ficando com a França.
O que nos espera no sol do Catar
E neste domingo (20) a bola vai rolar no Catar para o 22º mundial, e o meu décimo. Sob o comando do técnico Tite o Brasil tem conseguido excelentes resultados, mas o que vale mesmo é agora. Confesso que tem alguns nomes no grupo que desconheço. Hoje, não vejo nenhum nome que possa ser o craque da copa, mas todos terão a oportunidade de provar isso, principalmente Neymar. Como todo brasileiro que gosta de futebol, é claro que estarei na torcida e acreditando no hexa. Vamos torcer para que o Galvão, no ano da sua aposentaria, possa gritar “É hexa”.