Desde criança, a estudante Alanis Vitória da Silva, de 16 anos, adora escrever histórias de fantasia, terror, aventura e muitos outros temas. Agora, com a ajuda de sua professora de Português na Escola Estadual de Ensino Médio Danton Corrêa da Silva, Nathalia Martins Vieira, a adolescente vai concretizar algo que nunca havia imaginado: a publicação do seu próprio livro, “Os sonhos de uma menina – Comece acreditando”.
Inicialmente pensada para ser publicada em formato impresso, a obra acabou se tornando um e-book, em virtude da pandemia. “Eu nunca pensei em escrever um livro, porque eu só escrevo textos curtos. Lembro que a ideia surgiu em uma aula de Português, quando a professora leu uma história infantil que eu escrevi, gostou e eu comentei que escrevia muito”, conta Alanis, que faz parte das classes especiais na escola.
Animada com o lançamento do livro, Alanis, que antes pensava em fazer faculdade de Medicina Veterinária, agora cogita cursar Letras e investir na carreira de escritora. “Se tudo der certo, quero continuar escrevendo”, afirma.
A professora Nathalia relata que lhe chamou a atenção, logo de cara, a Alanis como pessoa. “Uma menina quieta, que passava o tempo todo escrevendo, mesmo quando não havia nenhuma atividade textual e, quando havia, ela não me entregava uma redação, e sim mais de uma”, recorda.
A inquietude literária da estudante despertou o interesse da docente, que passou a pedir para a adolescente escritos extracurriculares. Percebeu que a menina escrevia sobre histórias variadas, de forma criativa. “Lentamente, comecei a considerar a possibilidade de materializar esse desejo da Alanis, de expressar-se por meio da escrita”, diz Nathalia.
A coordenadora Viviani Devalle, da 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), de Caxias do Sul, soube do então projeto do livro no ano passado, quando parte da equipe da escola visitou a sede da coordenadoria e apresentou a novidade. “É um exemplo de superação, porque, diante das dificuldades que ela tem, ela escreveu um livro contando histórias inspiradoras e ainda soube fazer a adaptação para e-book, devido à pandemia”, observa.
Para Viviani, este é um exemplo a ser seguido por aqueles que, muitas vezes, reclamam das dificuldades e acabam por não concretizar seus objetivos. A coordenadora destaca o quanto Alanis é batalhadora e reconhece, também, o mérito da escola, “que soube identificar esse talento e apoiar essa ação”.
O livro de contos tem ilustrações do artista plástico cubano Lázaro Loiser Sánchez Diego, que criou as imagens voluntariamente. A publicação foi patrocinada por uma empresa de revisão de textos.
Para aqueles alunos que, assim como ela, têm o gosto pela escrita, Alanis tem um recado: “Por mais que a ideia de escrever não pareça grande coisa, tem que acreditar. No início eu não acreditava, mas é preciso seguir em frente. Sempre vai ter dificuldades, mas pode virar uma grande história”, comenta.
Fonte: Secretaria Estadual de Educação