CANELA | Inaugurado em 1973, o Parque do Caracol, em Canela, é nacionalmente conhecido por oferecer a vista mais exclusiva para a imponente Cascata do Caracol, uma queda d’água de 131 metros equivalente a um prédio de 40 andares. Para isso, um dos principais pontos de visitação do atrativo é o Observatório – A Torre Araucária.
Localizada ao lado da Praça dos Gaúchos, na entrada do parque, a torre de 27 metros de altura foi revitalizada para entregar uma nova experiência aos cerca de 200 mil visitantes que visitam o parque a cada ano.
Através de uma ambientação especial, os turistas agora sobem por um elevador panorâmico para contemplar a Cascata do Caracol como se estivessem dentro de um tronco de araucária centenária, árvore símbolo da Serra Gaúcha.
O olfato também é um sentido aguçado durante a visita, já que o Observatório conta agora com um “cheirinho de natureza” especial. O perfume foi criado pelo Atelier Select Aromas, perfumaria artesanal de Canela que é referência na criação de aromatizadores na região.
O tato também é provocado durante a experiência, através de uma exposição que conta os ciclos da araucária, desde o nó de pinho, casca da araucária e grinfa até a formação da pinha e do pinhão – iguaria típica do Sul – momento onde os visitantes podem tocar em exemplares expostos no local. A ambientação do espaço foi feita pela equipe interna do parque junto com a Guilhões Produções.
“A nossa ideia foi transformar o Observatório numa experiência e, diante de tantas araucárias ao redor dele e que compõem o parque, apenas demos vida ao que já estava ali. Então, essa atração é uma experiência sensorial que ativa todos os sentidos desde a chegada com o aroma de natureza, o toque nas cascas de araucária que revestem o elevador, até o som que envolve o visitante na experiência e, claro, a vista única para a Cascata do Caracol”, comenta Sandra Ferraz, gerente geral do atrativo turístico.
Com as mudanças, a visita ao Observatório passa a estar incluída no ingresso do parque, deixando de ser uma atração cobrada à parte.
Parque do Caracol faz parte de uma floresta de araucárias
A araucária é uma das protagonistas do Parque do Caracol, dentro e fora do Observatório. Ao fazer a jornada do visitante, o turista fica imerso em uma floresta que conta com mais de 790 exemplares de araucárias, incluindo as “Cinco irmãs”, localizadas próximo a Casa Raízes.
Imponentes, essas árvores chamam a atenção por seu tamanho, que pode chegar até 50 metros de altura; pelo diâmetro de seu tronco que variam entre um e dois metros; e claro, também por sua beleza.
Da mesma família dos pinheiros – por isso também são conhecidas como pinheiro-brasileiro ou pinheiro-do-paraná – as araucárias pertencem ao grupo das Gimnospermas, ou seja, são plantas que não produzem flores. Outra característica da espécie é que suas sementes não ficam protegidas dentro dos frutos, mas se formam em estruturas chamadas “estróbilos”, tradicionalmente conhecidas como pinhão, que acabaram virando um símbolo da gastronomia e cultura do Sul do país.
Carlos Frozi, secretário de Meio Ambiente de Canela e um dos antigos biólogos do projeto de educação ambiental Loboguará – e que chegou a passar algumas noites no Parque do Caracol -, afirma que a araucária tem um papel fundamental na manutenção e preservação da biodiversidade da região.
“A partir do aumento do volume de vegetação e desenvolvimento de araucárias, aumentou também a densidade populacional de animais dentro do Parque do Caracol como a volta do veado e até mesmo a cotia. Quando há aumento da vegetação, ou seja, alimento, há o aumento de animais também”, comenta.
Bugio, coati, serelepe (espécie de “esquilo”), cotia e saracura são alguns exemplares que, eventualmente, podem ser avistados do Observatório na copa das araucárias.
“A araucária no caso do Parque do Caracol é um elemento de um ecossistema, que é a Floresta Ombrófila Mista, característica da Serra Gaúcha. Porém, precisamos entender a natureza como um todo, portanto, elas não ‘sobrevivem sozinhas’ e trazem consigo outras espécies da flora como o araçá-nativo e o pinheiro-bravo. Cada um é responsável por oferecer alimentos em cada uma das estações do ano”, pontua Frozi.
Árvore símbolo da Serra Gaúcha
Ainda de acordo com o biólogo, os primeiros indivíduos a consumirem o pinhão foram os índios caingangues ou índios coroados, que tinham o pinhão como seu prato principal e costumavam preparar a iguaria chamada de “sapecada”, utilizando as grinfas das araucárias (galhos secos) para o preparo do fogo e, consequentemente, para o cozimento do pinhão.
Melhor adaptadas em regiões com invernos mais frios e altitude acima de 900 metros, essa espécie encontrou morada nos estados do Sul do Brasil, tornando-se um símbolo da Serra Gaúcha.
Parque possui práticas permanentes de preservação ambiental
De acordo com Marilu Souza, coordenadora de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) do Parque do Caracol, o atrativo possui práticas permanentes de preservação ambiental. Algumas delas, podem ser percebidas pelos visitantes nas placas de sinalização do lugar, que incentivam a jogar o lixo nas lixeiras durante o passeio, a não colher os pinhões do chão, assim como, não arrancar nenhuma planta durante as trilhas ecológicas.
“Aqui no Parque do Caracol acreditamos que cada pequena ação no cuidado com o meio ambiente é essencial para garantir um futuro sustentável para todos. Por isso, começamos dando o exemplo aqui, como ponto turístico, para que cada um que nos visite leve para casa o ensinamento de que cuidar da natureza é importante”, afirma Marilu.
Entre as práticas adotadas pelo atrativo estão o plano de manutenção das áreas verdes do parque, que gerencia as atividades que devem ser feitas para a preservação dessas áreas; técnicas que visam preservar a fauna e flora do Caracol, já que o mesmo é um dos poucos locais de conservação da Mata Atlântica; além do plano de monitoramento ambiental e impacto de visitação, onde se busca conservar a fauna e flora do parque em equilíbrio com o fluxo de visitantes.
Outras iniciativas são o plano de gerenciamento de resíduos sólidos, que garante uma destinação final correta para estes resíduos; sistema de gestão ambiental, que reúne orientações que auxiliam a minimizar os impactos ambientais no parque e buscam a sustentabilidade; além da proteção à biodiversidade através do monitoramento das diversas espécies de fauna e flora do atrativo.
O Parque do Caracol está localizado na Rodovia RS 466, km 0, s/n – Caracol, Canela – RS, 95680-000 e tem funcionamento de quinta a segunda-feira, das 9h às 17h.
PARQUE DO CARACOL CANELA-RS
Endereço: Rodovia RS 466, km 0, s/n – Caracol, Canela – RS, 95680-000
Funcionamento: de quinta a segunda-feira, das 9h às 17h
Ingressos: R$ 49,90 antecipado no site ou R$ 59,90 na bilheteria
Bilhete Gaúcho: R$ 37
Isenção:
– Pessoas nascidas ou moradoras de Canela e Gramado, mediante documentação comprobatória
– Cadeirantes
– Guias de turismo inscritos na Cadastur
– Crianças até 5 anos
Meia-entrada:
– Pessoas acima de 60 anos, mediante a apresentação de documento oficial com foto, conforme artigo 23 da lei 10.741/2003.
– Crianças (de 6 a 11 anos), mediante a apresentação de documento oficial com foto;
– Estudantes, mediante a apresentação de carteira de estudante, conforme 2º do art. 1º da Lei nº12.933, de 2013;
– PcD e Acompanhante, mediante a apresentação de laudo médico e/ou documento oficial com foto.
Estacionamento: R$15 (valor especial para canelenses e gramadenses). Para os demais visitantes, o valor é R$ 30.