A Polícia Civil de Canela realizou, na tarde desta terça-feira (28), a sétima fase da Operação Caritas, que investiga crimes de corrupção em parte do Poder Público de Canela, ocasião em que efetuou a prisão de um dos investigados. O criminoso já havia sido preso na terceira fase da operação, em 8 de novembro, quando a Polícia Civil de Canela cumpriu simultaneamente mais de duzentas medidas judiciais, incluindo-se prisões, afastamentos cautelares de servidores públicos e mandados de busca e apreensão.
O investigado foi preso pela força-tarefa da Polícia Civil de Canela para a Operação Caritas em um clube no centro da cidade.
Após análise de vasta documentação apreendida nos endereços do investigado durante a terceira fase da Operação, a Polícia Civil de Canela teve acesso a novos elementos que indicam ainda mais sua efetiva participação na organização criminosa, agindo com liderança e mantendo núcleo próprio para praticar diversos crimes em desfavor dos cofres públicos, sobretudo com a utilização de diversas empresas – algumas de fachada – e parentes para vencer muitas concorrências de obras com a Prefeitura Municipal, em diversas Secretarias e de vários tipos de serviços, inclusive usando CNPJs sem o conhecimento e consentimento dos proprietários e responsáveis pelas empresas, além realizar atos de lavagem de dinheiro com veículos, imóveis e valores. Para a Polícia Civil, o investigado seguia agindo mesmo após sua prisão, inclusive influenciando agentes políticos, já que sequer apuração administrativa foi aberta para apurar os fatos envolvendo seu nome, o que contribuiu para o pedido de sua prisão.
O Delegado Vladimir Medeiros, titular da Delegacia de Polícia de Canela e responsável pelas investigações, não revelou detalhes da prisão, apenas ressaltando que ela é fruto do empenho dos policiais civis que atuam na apuração de diversos fatos criminosos do inquérito policial. A autoridade referiu que as investigações avançam a cada dia com a análise de documentos, materiais e aparelhos apreendidos pela Polícia Civil, sendo reforçada a convicção sobre os fatos já apurados, mas também se avançando sobre fatos novos e novos investigados.
A ação da tarde desta terça-feira (28) é a sétima fase da Operação Caritas, que se iniciou em 9 de abril, quando apreendidos materiais de construção do Hospital de Caridade de Canela que haviam sido desviados para propriedade particular (primeira fase); em 30 de junho, policiais civis apreenderam uma lista com nomes de servidores (CCs) que pagavam valores em dinheiro para o partido político após acompanharem, durante todo o dia, a atividade de recolhimento do dinheiro em diversos locais, inclusive prédios públicos (segunda fase); em 08 de novembro, 175 policiais civis cumpriram simultaneamente mais de 200 medidas judiciais, que incluíram prisões preventivas, afastamentos cautelares de servidores públicos e 44 mandados de busca e apreensão em nove cidades, além de outras medidas (terceira fase); em 29 de novembro, foram cumpridos mandados de busca em endereços ligados a empresas que prestam serviços de maquinário e terraplanagem para a Prefeitura Municipal de Canela (quarta fase); em 16 de novembro, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em residências e propriedades rurais localizadas na cidade e no interior do Município, em imóveis que estariam ligados a um dos investigados pela Polícia Civil, o qual foi preso na 3ª fase da operação, sendo apreendido, inclusive, um cheque de 200 mil reais que seria utilizado para adquirir um imóvel supostamente utilizado para lavagem de dinheiro (quinta fase), no dia 23 de dezembro, a Polícia Civil de Canela havia prendido outro investigado, acusado de intimidar, ameaçar e coagir testemunhas do inquérito policial (sexta fase).
O inquérito policial segue em andamento e é prioridade absoluta para a Polícia Civil de Canela, que tem instalada uma força-tarefa de policiais civis destacados com exclusividade para a investigação policial.