A cerimonia de abertura, no sábado pela manhã, iniciou com um minuto de silêncio por aqueles que perderam suas vidas ou foram fortemente impactados pela pandemia e pelos Ucranianos e Russos que se encontram em conflito. O tibetano Ogyen Shak e o gaúcho tradicionalista Adão Bueno representaram a união das culturas gaúcha e tibetana, com versos e discursos acalorados. O casal realizador do evento Ogyen, natural da região de Kham no Tibet, e sua esposa a gaúcha, natural de Novo Hamburgo, Adriana Shak, falaram do desafio de fazer o evento, um sonho que antigo do casal, e da alegria conseguir realiza-lo. O representante de Sua Santidade Dalai Lama e diretor executivo da Tibet House Brasil Jigme Tsering esteve presente e leu um a carta do presidente do Tibet, enviada ao evento. O secretario de turismo do Estado Ronaldo Santini, que estava pilchado, colocou seu lenço branco em Ogyen, simbolizando a paz. Houve ainda apresentação dos Leões da Neve em meio a plateia ao som de música gaúcha. No encerramento, as autoridades presentes acenderam a grande lamparina, que para os tibetanos, tem o potencial de inspirar e despertar a nossa lucidez interna.
A grande lamparina está acesa durante todo o evento para que cada pessoa possa acender.
A programação que estava prevista para a tarde de sábado foi transferida para domingo, em função da chuva.
As atrações de domingo são: painel interreligioso sobre Tolerância e Paz; dança folclórica tibetana Khamdro, da região de Kham no Tibet, apresentada pela invernada artística do CTG Sentinela de Igrejinha; capoeira; dança dos Leões da Neve; pocket musical com Ogyen Shak e Orquestra Municipal de Três Coroas regida pelo Maestro João Borba. Ele, além de artista e chef de cozinha, desde pequeno foi reconhecido por sua voz peculiar e se apresentou em alguns shows no Tibet e na Índia.
O domingo iniciou com o Losar Bike, o pedal da alegria, que partiu da Praça até o Parque das Laranjeiras onde foi erguida a tradicional pirâmide de bandeiras de oração do vento. Os tibetanos acreditam que o vento sopra as preces e símbolos escritos e desenhados nas bandeiras os carrega por toda a parte, tocando as plantas, os águas, os animais, as pessoas e permeando todo entorno com as intenções positivas de saúde, prosperidade e bem-estar para quem as oferece e para os demais seres vivos.
Um dos destaques da programação foi a Oficina Gastronômico com o Chef Ogyen Shak que ensinou o preparo do tradicional Desi, o arroz doce tibetano degustado no Losar e o Painel sobre Cultura Tibetana contou com a participação de Jigme Tsering, do jornalista indiano Shobhan Saxena e do artista butanês Nawang.
Um desfile chamado “felicidade” pretende contar com a participação do público, numa grande manifestação de sorrisos, despertando o bom-humor tão necessário para deixar a vida mais leve antecederá a cerimônia de encerramento do evento.
O evento contou ainda com gastronomia tibetana com pratos que não podem faltar nas festas e celebrações do Tibet e a Tcham, cerveja tibetana artesanal, produzida a base de arroz, água e fermento orgânico, adorada pelos tibetanos e é indispensável no Losar.
“O Festival está lindo e com uma energia deliciosa, como tem que ser! Nesta primeira edição apresentamos um pouquinho do que idealizamos para o evento. No próximo ano ele será maior”, afirma Adriana Shak.
O Losar – ano novo tibetano, contou com um público estimado em 6 mil pessoas, é uma realização da Shak Produções, com apoio da Prefeitura Municipal de Três Coroas e Espaço Tibet.