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InícioRegiãoCavalhadas recebe prêmio da Lei Aldir Blanc em São Francisco de Paula

Cavalhadas recebe prêmio da Lei Aldir Blanc em São Francisco de Paula

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Por sua trajetória cultural, estimada em mais de 100 anos, em São Francisco de Paula, o Grupo de Corredores de Cavalhadas de Cazuza Ferreira recebeu o prêmio de R$ 10 mil pela Lei Aldir Blanc. Em 2021, a apresentação estava ameaçada não só pela Covid 19, mas pela falta de recursos de seus participantes. As batalhas travadas entre Mouros e Cristãos na localidade de São Chico são mantidas pelos próprios corredores, que precisam manter cavalos, armas e indumentárias especiais. Com o prêmio, o grupo pretende manter viva a tradição cultural única na região. O CTG Rodeio Serrano também recebeu o prêmio Trajetória Cultura.

O evento das Cavalhadas ocorre a cada dois anos em frente a Igreja Matriz de Cazuza. O grupo é composto por, no mínimo, 12 corredores no Exercito Cristão e 12 corredores no Exército Mouros, 2 estandartes, a Floripa  moura (menina que acompanha os soldados mouros) 3 palhaços e 4  pajens, que são homens que ficam nas extremidades da praça, para juntar as lanças e auxiliar no carregamentos e reposição das armas.

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A Corrida das Cavalhadas é a encenação de uma batalha que ocorreu na França, na Idade Média, entre o exército Cristão e seguidores de Carlos Magno e os Islamitas, adoradores de Maomé. As batalhas culminam na conversão dos mouros, marcando a principal vitória do Cristianismo e do imperador Carlos Magno sobre os sarracenos, na Península Ibérica, no século VI.

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Alguns autores acreditam que a tradição portuguesa tenha sido trazida ao Brasil pelos jesuítas para facilitar a catequese.  As Cavalhadas de Cazuza Ferreira, segundo consta na história, ocorre desde 1885 e vem passando de geração em geração.

Hoje o grupo é presidido por Pedro Renau Cardoso, 80 anos, que ainda participa como corredor. Ele é o Guia dos Cristãos. Do lado oposto está o filho, Marcos André, Guia dos Mouros. São as figuras principais do espetáculo.

Em Cazuza Ferreira, o evento ocorre em um só dia. As cavalarias mouras e cristãs partem das ruas laterais da igreja e se instalam uma em cada lado da praça central, onde são erguidos os “castelos” que representam o quartel-general de cada tropa. Ao som dos tiros de festim misturam-se o tilintar dos Guizos que adornam os cavalos. A guerra começa com a descoberta de que há um soldado mouro infiltrado entre os cristãos, que logo é abatido. Dá-se, então, o conflito. Os exércitos cruzam armas e se dividem para o enfrentamento com lanças, espadas e garruchas, nos quatro cantos da praça, através de belas escaramuças.

Após o entrevero, os embaixadores discutem uma trégua e levam a mensagem aos seus respectivos líderes, que aguardam junto ao castelo. Quando a batalha recomeça, dá-se a cena do rapto de Floripa, filha de um líder mouro que se apaixona por um soldado cristão. A história se encerra com a vitória cristã e a conversão dos mouros ao Cristianismo, em cerimônia simbólica realizada na igreja o que marca também o fim da encenação, na parte da manhã. À tarde, são realizadas as partes esportivas, onde os cavaleiros, fazem demonstração de agilidade e destreza, com o Tiro das cabeças e das argolinhas.

No final da tarde, ocorre a despedida onde os Corredores realizam uma escaramuça intercalando as cores vermelho (os cristãos) e azul (os mouros), abanando seus  lenços brancos em sinal de Paz. À noite, os corredores fazem a abertura do tradicional baile, com a dança da Polinésia.

A professora Célia Pacheco Terres Basso é uma das organizadoras do evento. Há 16 anos, o Grupo vem se estruturando com a criação de documentos e organização, mas ainda não tem uma sede para guardar o acervo das Cavalhadas.

“Uma das razões para manter o costume vivo em Cazuza Ferreira é o gosto da população pelos cavalos, que dividem o protagonismo da festa com os cavaleiros. Outra é o interesse dos mais jovens em manter o vínculo com a terra dos antepassados, uma vez que a maioria dos corredores não mora mais na vila. É o momento de rever amigos, reforçar laços de família”, conta a professora Célia, que hoje aposentada, pretende se dedicar exclusivamente ao grupo.

Fonte: Viva São Chico.

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