Durante a tarde de quarta-feira (11), os policiais militares do 2º Pelotão de Policiamento Militar Ambiental de Canela, foram solicitados pelo proprietário de um cão, que ajudassem a conter o animal. Trata-se de um cão macho, de porte grande, da raça Chow Chow, pelagem preta, que já havia mordido seis pessoas da família e estaria atacando os funcionários da pousada.
Quando uma pessoa é mordida por um cão, a primeira coisa que vem à cabeça é o risco de contaminação pelo vírus da raiva. Atualmente, porém, a raiva não é a principal complicação das mordias caninas, pois esta é uma doença relativamente rara nos dias de hoje. As complicações mais frequentes das mordidas de cães são a infecção bacteriana da ferida provocada ou a lesão traumática da pele, músculos, vasos, nervos e dos tendões, principalmente quando a mordida é provocada por cães grandes e com músculos maxilares fortes, tais como Pitbull, Rottweiler, Mastim, Pastor Alemão e Fila brasileiro.
A raiva é uma doença de origem viral que possui uma taxa de mortalidade de praticamente 100%. Não há tratamento eficaz, mas a profilaxia (prevenção) é possível através de vacina ou imunoglobulina. A raiva é transmitida através da saliva do cão. A mordida é o principal meio de inoculação da saliva infectada no organismo humano.
Todo indivíduo mordido por um cão deve primeiramente tentar obter sua carteira de vacinação para saber se o animal está devidamente vacinado, uma vez que cães vacinados não são fontes de transmissão da raiva. Se o cachorro estiver com a vacina em dia, não há necessidade de iniciar qualquer tratamento, a não ser que o animal passe a apresentar sintomas da raiva poucos dias depois da mordida.
Nos cães, o tempo máximo de evolução da doença, desde o aparecimento do vírus na saliva até a sua morte, é de apenas 10 dias. Portanto, quando alguém é mordido por um cachorro, indica-se a observação do animal por até 10 dias. Se o cão não adoecer neste intervalo é porque ele não estava contaminante no dia da mordida, não havendo, portanto, risco algum de raiva para o paciente, mesmo que o cão não esteja com a vacina em dia.
Se o animal for um cão de rua, sem dono, é importante capturá-lo para que ele possa ser analisado por um veterinário, de modo a procurar sinais do vírus da raiva. Se a captura do animal não for viável, o tratamento profilático (preventivo) deve ser indicado, partindo do princípio que este esteja contaminado com o vírus da raiva. Portanto, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, já que a profilaxia contra a raiva é considerada uma urgência médica.