“Iluminem a cidade que a música é comigo”. A frase do maestro Eleazar de Carvalho, eternizada em seu busto situado próximo à Igreja Matriz São Pedro, voltou a ganhar destaque após a recuperação da estátua através da doação da batuta, por Débora Irion, artista plástica e membro da Academia Gramadense de Letras e Artes (AGLA).
A cerimônia de recuperação do busto do maestro foi realizada na terça-feira, 19, com a presença de autoridades, comunidade e integrantes da AGLA. Na ocasião, o secretário da Cultura, Allan John Lino, falou sobre a importância da revitalização da obra.
“O restauro desta obra, além de ser um processo de arte e cultura, é um processo de respeito ao artista. Um processo de reconquista do prestígio artístico. Este ato da recolocação da batuta vem trazer a respeitabilidade de um ato simbólico, que pra muitos podem parecer muito simples, mas é muito importante para toda classe cultural”, afirmou o secretário.
Confeccionado pelo escultor bielorrusso Iouri Petrov, o busto foi inaugurado em dezembro de 2007 em Gramado. Após atos de vandalismo, o busto do maestro esteve sem a batuta por mais de seis anos. Em 2017, a Secretaria da Cultura entrou em contato com a artista Débora Irion solicitando a recuperação do mesmo. Débora, voluntariamente, doou a batuta.
Para a artista plástica, a necessidade de preservar os monumentos deve ser valorizada por todos.
“Fiquei sensibilizada com a busca da Secretaria da Cultura em recolocar a batuta do maestro. Com autorização do autor da obra, pude fazer esse trabalho. Como escultora fiquei movida pelo ato de que nós precisamos preservar e dar valor aos nossos monumentos de artes públicos”, concluiu Débora.
O MAESTRO
Eleazar de Carvalho foi um dos maiores maestros brasileiros. Esteve à frente das maiores orquestras do mundo, como a Orquestra de Boston, a Filarmônica de Viena, a Filarmônica de Israel e as mais importantes orquestras da França, Bélgica e Itália.
No Brasil,foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Brasileira, Sinfônica de Porto Alegre, Sinfônica Municipal de São Paulo, Sinfônica de Recife, Sinfônica da Paraíba, e desde 1972 até a sua morte, foi diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.