O hábito religioso de comer peixes na Sexta Santa inspirou a atividade de enriquecimento ambiental temática da Páscoa no Gramadozoo. Em março, o parque recebeu 85 quilos de peixes de uma apreensão feita pelo 2° Pelotão de Policiamento Militar Ambiental de Canela na barragem do Divisa, em São Francisco de Paula. Com os pescadores, foram apreendidas 21 redes com um total de 870 metros de comprimento. Além de serem usados na alimentação de diversas espécies, os peixes doados são utilizados nos enriquecimentos com os animais.
Nas atividades temáticas da Semana Santa, um peixe no espeto foi colocado no recinto da onça-preta. Curiosa, a fêmea cheirou a isca e rapidamente interagiu com a dinâmica proposta. No recinto da irara, pequenos pedaços de peixe com banana e mel foram colocados dentro de uma casca de coco. Não demorou para o animal encontrar os petiscos. Já na ilha dos macacos-prego, os pequenos primatas ficaram mais desconfiados e, antes de comer, cheiraram bastante os peixes. Para o tuiuiú, as iscas de peixes contribuíram no trabalho de condicionamento da ave. “O objetivo principal do programa de enriquecimentos é manter o bem-estar animal”, afirma a bióloga Tathiana Gosaric. Os visitantes podem acompanhar as atividades de Páscoa até domingo, dia 9.
O veterinário Jorge Lima destaca que os peixes também fazem parte da alimentação dos animais e são importantes na reabilitação de espécies que estão no hospital do zoo. “Temos, por exemplo, um falcão-relógio que chegou para ser tratado. Estamos utilizando os peixes como alimento base para ele”, diz Lima.
O comandante da Patram de Canela, tenente Marco Antônio Ritter, alerta que a pesca predatória com uso de redes e outros itens proibidos pode causar um desiquilibrio ecológico e até a extinção de espécies. “Vamos manter esforços para responsabilizar aqueles que cometem crimes. As barragens do Sistema Salto são utilizadas por famílias que buscam contato com a natureza e a pesca amadora, que acaba frustrada em decorrência da pesca predatória”, alerta.