De acordo com um levantamento inédito do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mais de 200 mil pessoas desapareceram no Brasil entre 2019 e 2021, neste período, 112 mil pessoas foram encontradas. Em média, são 183 desaparecidos por dia. Canela seguidamente registra casos de pessoas desaparecidas, sendo que na grande maioria são encontrados em um curto espaço de tempo. No entanto, há casos emblemáticos e que ainda hoje, anos depois do desaparecimento, seguem insolúveis.
O caso mais recente envolve Juliano Nascimento, de 40 anos. Ele foi visto pela última vez no dia 31 de agosto passado, quando saiu da residência onde estava morando no Bairro Santa Marta. Desde então não retornou para casa e não foi mais visto em lugar algum. Familiares registraram o desaparecimento na Polícia Civil. Há relatos, mas sem confirmação oficial, de que ele teria tido um desentendimento com outros moradores do bairro. A Polícia Civil informou que está investigando o caso, mas não forneceu detalhes para não atrapalhar os trabalhos. O Delegado Vladimir Medeiros, que comanda as investigações destacou que nenhuma hipótese é descartada neste caso.
Entrou na mata e nunca mais voltou
No dia 6 de agosto de 2019, Claudiomiro de Oliveira, na época com 44 anos, desapareceu ao entrar na mata, na área invadida conhecida como “Adão Miroti”. Desde então não foi mais visto. Familiares e Bombeiros realizaram buscas na mata por dias, mas nenhum indicativo do seu paradeiro foi localizado. Em mais de uma semana de incursões na mata, os bombeiros chegaram a utilizar cães farejadores, mas nem com eles foi possível encontrar o desaparecido.
Na época, a reportagem do Jornal Digital Canela conversou com o sobrinho de Claudiomiro, Damião de Oliveira e sua esposa, Débora, que foi a última a vê-lo antes do desaparecimento. Ela contou que estava em casa fazendo comida por volta de 11h30, quando viu Claudiomiro entrando na mata. “Pela janela da cozinha eu vi ele carregando o machado e entrando no mato. Ele estava fora de si e falava sozinho coisas sem sentido” recorda Débora. Desde então Claudiomiro permanece desaparecido.
Localizado depois de cinco anos
Outro caso que mobilizou a comunidade canelense envolveu o jovem Fabrício Foss, que desapareceu no dia 9 de abril de 2015, após um desentendimento familiar. Na época, a família e as forças policiais iniciaram as buscas no Morro Calçado, onde ele tinha sido visto pela última vez. Apesar de todos os esforços empregados, nenhum indício do seu paradeiro foi localizado.
Na manhã do dia 19 de janeiro de 2020, um morador da região do Morro Calçado, que procurava por uma vertente de água, acabou se deparando com uma ossada humana. Os restos mortais foram enviados para a perícia e através de exame de DNA foi comprovado que se tratava de Fabrício. Enfim, a família pode dar um sepultamento apropriado ao seu ente querido. Já a Polícia Civil arquivou a investigação pois foi comprovado não haver crime.
O caso mais emblemático
O caso mais emblemático envolve o desaparecimento do servidor público Sandro Sumariva da Silva, conhecido como Coca. No início da noite de 12 de novembro de 2003 ele saiu do antigo Bar do Edelson, localizado na Vila Maggi, com a intenção de voltar para casa que ficava há uma quadra de onde estava. No entanto, não chegou ao seu destino e nunca mais foi visto. Na época, a equipe de investigações trabalhou intensamente a fim de solucionar o caso. Inúmeras pessoas foram ouvidas, mas nada que indicasse o que aconteceu com Coca.
Uma das informações deu conta de que ele estaria em Santa Catarina, inclusive uma ligação havia sido feita, supostamente por ele a um familiar. A investigação verificou a informação, mas não obteve nenhum fato concreto que levasse até ele. Cada nova informação que chegava na delegacia era prontamente apurada, mas nada levava a lugar algum que indicasse o que aconteceu. Com isso os anos foram passando e o caso segue sendo um mistério.
Coca era filho do radialista esportivo Florindo, bastante conhecido na cidade, o qual faleceu sem que tivesse informação do paradeiro do filho. Caso alguém tenha informações que possam ajudar a polícia a esclarecer os casos ainda em aberto, podem entrar em contato pelos telefones (54) 3282-1212 ou o WhatsApp (54) 99614-4216.
