CANELA | Na madrugada deste sábado (15/02), foi registrada uma rebelião no Presídio de Canela, localizado na Rua Jair da Veiga. O fato iniciou após a transferência de presos para outras penitenciárias do Estado, fato esse que, em princípio, seria em cumprimento a decisão judicial que determinou a interdição da unidade que sofre pela superlotação.
A decisão judicial estabelece que a ocupação do presídio deveria ser reduzida para até 160 detentos, ou seja, o dobro da capacidade atual que é projetada para cerca de 80 pessoas, sendo que atualmente, a casa prisional abriga mais de 220 apenados.
Ao ser iniciada a transferência de um grupo de detentos, alguns presos teriam iniciado um protesto, incendiando colchões e causando tumulto dentro da unidade. Para controlar a situação foi necessário a atuação de agentes da SUSEPE, com apoio da Brigada Militar, que utilizou balas de borracha e granadas de efeito moral para conter a rebelião. Os Bombeiros também chegaram a ser acionados mas ao chegarem no local a situação já havia sido controlada pelos agentes penitenciários.
Embora não haja confirmação de nenhuma autoridade, há relatos extra-oficiais de que aproximadamente 15 detentos ficaram feridos. Nossa reportagem tentou contato com a Brigada Militar e SUSEPE, mas não obtivemos detalhes sobre a ocorrência. Familiares de detentos relataram à nossa reportagem que estão preocupados, pois não conseguem informações sobre feridos ou transferidos. Alguns se deslocaram até a frente do presídio na manhã deste sábado, na tentativa de buscar informações. Ainda na parte desta manhã, foi realizada uma vistoria no presídio pelo Grupo de Ações Especiais (GAE). Familiares relataram também que na manhã de hoje uma ambulância do SAMU prestou atendimento a detentos no presídio.
O que diz a advogada dos presos
Na manhã deste sábado, nossa reportagem conseguiu contato com a advogada que representa os presos transferidos, Sandra Camillo. Ela relatou que a transferência dos detentos não foi motivada pela decisão judicial e sim por punição. A advogada salientou ainda que recebeu a informação de que havia detentos baleados no presídio, os quais estariam sem atendimento médico, sem água nem comida. “Estou indo agora de manhã para o presídio e estarei representando todos os presos da galeria, conforme solicitação deles”, destacou.
