CANELA – O atual administrador do Hospital de Caridade de Canela (HCC), Aristides Feistler, recebeu a reportagem do Jornal Digital Canela para esclarecer dúvidas, relatar mudanças e melhorias que vêm sendo feitas na casa de saúde. “É sempre importante a gente esclarecer situações que podem gerar dúvidas em relação ao atendimento realizado no hospital e a gente sempre preza pela transparência das ações”, destacou o administrador.
Um dos assuntos mais relevantes do cenário recente trata sobre pacientes que deveriam ter sido internados em quarto do SUS, mas que foram alojados em quarto particular no HCC. Conforme Aristides, o HCC é uma entidade filantrópica e tem certificação de filantropia e com isso, entre outras coisas, tem a obrigação de atender no mínimo 60% do SUS, para assim receber uma contrapartida do Governo Federal. Ainda Segundo Aristides, hoje do ambulatório o atendimento SUS no HCC está em cerca de 93% e nas internações o número é de 87%.
Além deste atendimento muito acima do mínimo estabelecido pelo governo, Canela cresceu muito nos últimos anos, mas a estrutura física do HCC não acompanhou e tem o mesmo número de leitos de 20 anos atrás. “Claro que o hospital passou por reforma. A estrutura melhorou, mas o número de leitos hoje é pequeno pelo tamanho da nossa demanda. Pelo último censo, Canela tem cerca de 48 mil habitantes e apenas 66 leitos. Cidades como Candelária tem 31 mil habitantes e tem 105 leitos”, destacou Aristides.
Conforme o administrador, o HCC tem convênio com o município com previsão de 200 autorizações de internações hospitalares por mês, mas em janeiro deste ano foram 328 internações, fevereiro teve 294 e em março o número foi para 337, ou seja, quase o dobro do previsto em contrato. E agora com a chegada do inverno a tendência é aumentar em razão de problemas respiratórios.
Diante disso, segundo Aristides, o que acaba acontecendo em algumas questões pontuais é que diante da lotação dos leitos SUS, alguns pacientes são alocados em quartos de convênios. Na data de hoje, segundo o administrador, existem cinco pacientes nesta situação. Num destes casos, por exemplo, Aristides destacou que o paciente realizou uma cirurgia e necessitava de um leito pós-cirúrgico e todos estavam ocupados no momento, e como foi um caso de emergência não se pode protelar. “Eu não posso deixar uma pessoa pós cirurgia ficar numa enfermaria clínica, sob o risco de ter uma contaminação”, destacou. Aristides também citou casos em que o paciente precisa ficar isolado, como envolvendo tuberculose. “ Se meu leito de isolamento está ocupado, preciso providenciar outro”, afirma. “Eu vejo com bastante tranquilidade estas questões. Estamos fazendo o nosso papel. Deixar de fazer o atendimento é que seria o problema. As pessoas não podem ficar sem assistência, seria negligência da nossa parte”, comenta.
Aristides também falou sobre pedidos de informações e investigações da Polícia Civil. “A gente recebe solicitações de informações da Polícia Civil, a qual faz o seu trabalho, porque quando há uma denúncia eles precisam investigar e é bom que investiguem, pois nós temos essa tranquilidade e segurança nas ações que estamos fazendo”, destacou. O administrador referiu ainda que às vezes as denúncias são baseadas em que algum paciente possa ter relação política. “ O hospital é apartidário e não pode de forma alguma olhar por questões partidárias. O hospital tem que atender a todos de forma igualitária”, afirmou.
Ainda segundo o administrador, “se no passado houve ou não questões de benefício em relação pessoal, hoje isso não acontece”. Segundo Aristides, os critérios de utilização das internações são técnicos, conforme orientação e conduta médica. “ Se uma pessoa precisa de isolamento, ela não vai ser colocada junto com outras pessoas para evitar uma possível contaminação e a pessoa tenha um tratamento adequado”.
Busca por melhorias
O administrador também falou sobre melhorias e mudanças que estão sendo realizadas na casa de saúde. Lembrou que está bem encaminhada a busca por recursos visando a ampliação da maternidade. Com isso também poderão ampliar a oferta de leitos. É um projeto a médio prazo. O procedimento de retirada de pedra da vesícula, que não vinha mais sendo feita no HCC, vai voltar a ocorrer com equipamento de vídeo. O aparelho estava danificado, mas foi recuperado e estará disponível logo, fazendo com que o tempo de recuperação e necessidade de internação seja menor. Segundo o administrador, a busca é por qualificar os equipamentos e fazer com que os pacientes tenham uma recuperação mais rápida e possam deixar o hospital o quanto antes.
O atendimento do ambulatório foi ampliado para casos envolvendo síndromes gripais, que agora ocorrem das 17h às 23hs. A iniciativa visa prestar o melhor atendimento possível aos pacientes.
Nova Responsável Técnica na enfermagem
O administrador anunciou ainda que o HCC conta com uma nova Responsável Técnica na enfermagem, cargo que passa a ser ocupado por Thais Zini, a qual tem muita experiência na área de saúde. “Ela já estava atuando na gestão de saúde do município e agora vem contribuir com toda sua experiência aqui no hospital”, destacou Aristides. O administrador salientou ainda que tem conversado com as equipes buscando sempre melhorias. “Todos os setores precisam trabalhar de forma sincronizada e harmônica. Estou bem contente, pois acredito que o hospital tem um potencial enorme para crescer”, finalizou.